Enviada em: 24/08/2019

A Constituição Federal de 1988 foi um marco na garantia dos direitos civis, fortalecimento dos deveres do Estado e dos indivíduos para a construção de um ambiente que oferecesse oportunidades à todos os brasileiros. No entanto, a teoria não atende a prática, uma vez que o poder Público negligencia a importância do uso de ferramentas de promoção da cidadania, como o esporte, o qual possibilita a inserção dos indivíduos no meio social e promove o desenvolvimento do senso de cidadão no Brasil.       Na Grécia Antiga, o período das Olimpíadas servia para apaziguar os conflitos existente entre as pólis. Nesse sentido, é possível afirmar que, atualmente, a ampliação da participação dos cidadãos em práticas esportivas está diretamente relacionada com a melhora no convívio social. Isso ocorre pelo aumento da interatividade entre diferentes indivíduos, além da inclusão das minorias em eventos importantes. Ademais, vale destacar que as atividades físicas em grupo proporcionam um contato entre pessoas de diferentes gerações. Segundo Aristóteles, filósofo grego engajado nas questões morais, o homem é um ser sociável. Assim, os cidadãos passam a melhorar os hábitos do cotidiano devido à maior interação com outros grupos de brasileiros. Nesse cenário, é fundamental o estímulo à prática de esportes, pois melhora a qualidade de vida da população.   Além disso, seja um âmbito escasso de investimento pelo governo federal, Organizações Não Governamentais assumem esse papel, como o instituto "Bola para Frente", que atende no Rio de Janeiro, parte do nordeste e Goiás, e possuem o objetivo de oferecer caminhos alternativos ao crime e ao uso de drogas em ambientes mais vulneráveis, como as periferias. Bem como, a inserção social que as ONG's proporcionam ao oferecer condições para a prática de esportes faz com que a criminalidade diminua de modo a contribuir para o desenvolvimento da cidadania desses indivíduos. Seguidamente é possível analisar o papel do Estado no incentivo à políticas públicas voltadas para a prática esportiva. Em analogia a teoria Contratualista do filósofo inglês John Locke, o poder vigente deve proteger os direitos básicos da sociedade em troca da permissão para governar.    Dessa maneira, é imprescindível, então, que o Ministério do Esporte, órgão federal que trabalha em ações de inclusão social por meio do esporte, concomitante a empresas privadas, em um projeto público-privado, na disponibilização de bolsas remuneradas oferecidas pelas companhias em locais mais pobres, de modo a inserir os jovens no mercado de trabalho ao mesmo tempo que tenham a oportunidade de realizarem atividades em centros esportivos públicos, para que saiam da zona de risco e possam desfrutar das oportunidades como cidadãos. Dessa maneira, a Carta Magna brasileira terá cumprido a finalidade de viabilizar a proposta de cidadania à todos no Brasil..