Enviada em: 05/06/2017

Evasão escola: uma ameaça ao nosso futuro       A evasão escolar é um grande desafio para o Brasil, sendo um entrave no nosso sistema educacional. A saber, na década de 30 foi criado o Ministério da Educação (MEC), que, desde essa época, busca a melhoria do ensino no país. Entretanto, adotou uma política assistencialista,  que raramente faz uma reflexão crítica das raízes estruturais da sociedade. Diante disso, os problemas sociais, devido à fragilidade econômica de parcela da sociedade, deram como fruto duas causas para evasão escolar: o trabalho infantil e desnivelamento das idades nas salas de aula.       Dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento mostram que o Brasil é o terceiro no ranking de evasão escolar, a priori, podemos apontar o trabalho infantil como causa. Sem dúvida, a vulnerabilidade econômica das famílias traz como resultado o trabalho do adolescente na necessidade de complementação da renda, além disso, traz o cansaço físico, emocional e psicológico para o estudante, que ainda está em fase de formação física e psicológica. Muitos trabalhos são pesados  ou insalubres, acarretando, algumas vezes, doenças laborais que podem incapacitar para a vida produtiva.       Como consequência do desgaste, a frequência escolar começa a diminuir, diminuindo as notas, aumentando o fracasso, reprovações e repetências de série. Com efeito,  gerará distorções entre a idade do adolescente e a série que ele cursa, ocasionando um abalo psicológico, pois o repetente acaba não se sentindo parte do grupo. Esse sentimento de não pertencimento pode ser explicado pela sociologia, tendo em vista, a tendência natural do ser humano  de procurar uma identificação em alguém, em alguma coisa, ou grupo, em contraste, caso isso não ocorra, não haverá vínculo social, resultando na fuga da escola.       Em suma, a evasão escolar afeta o desenvolvimento individual, compromete novas gerações, e o futuro do país. Portanto, cabe ao governo federal promover a melhor distribuição de renda através de obras públicas no intuito de geração de novos pontos de trabalho formais. Em paralelo, cabe ao congresso nacional  a votação de leis, que garantam salário digno aos adultos, estabelecendo piso salarial, assim como, leis para inibir e punir o trabalho adolescente. É necessário, também, que as escolas, junto ao conselho tutelar e famílias, promovam, através de visitas e palestras, o incentivo e a conscientização sobre a importância da frequência escolar para o indivíduo e para a sociedade. Assim, estaremos em consonância com o pensamento do educador Paulo Freire, pois, " não é possível refazer este país com adolescentes destruindo os seus sonhos. Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tão pouco a sociedade muda".