Enviada em: 02/07/2017

De acordo com o filósofo brasileiro Paulo Freire "Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco a sociedade muda". Nesse sentido depreende-se a importância da educação como um forte agente articulador do corpo social. Entretanto, os elevados índices de evasão escolar que vêm sendo registrados nos últimos anos denotam preocupação, ao passo que a falta de qualificação dos jovens hodiernos pode acarretar num futuro próximo problemas de caráter estrutural e econômico para o país. Com efeito, faz-se necessário pautar a problemática da evasão escolar no Brasil, que tem a baixa qualidade da educação como um dos indicadores.              Em primeiro plano, é importante analisar que, a carência de investimentos no campo educacional por parte Estatal, reflete uma educação precária. Sob esse prisma, a mecanização do ensino, associada às péssimas condições da rede pública de ensino brasileira, propiciam o desinteresse por parte dos jovens. Esses entraves fazem com que o jovem não consiga ter a ótica da educação como algo somatório para o seu futuro. Além do mais, de acordo com o Censo Escolar 2014/2015 realizado pelo Governo Federal, a evasão escolar no ensino médio alcança 11% do total de alunos. O déficit de uma base elementar que não é obtida durante os anos do ensino fundamental soma-se um fator agravante para o abandono escolar.                     Além disso, cabe ressaltar que, não obstante o meio escolar seja responsável pelo controle de presença do estudante - evitando uma futura evasão, a falta de interação entre os alunos e a escola apresenta-se também como um desafio. A desestruturação familiar, inserida em sua série de variáveis, ilustra uma parcela da evasão escolar, seja por conflitos familiares ou pela necessidade de trabalho do aluno para complemento da renda doméstica. Dessa maneira, torna-se singular o papel da esfera educacional em identificar situações conflitantes e com propensão de abandono da escola entre os alunos.                  Sendo assim, é indispensável a adoção de medidas capazes de atenuarem os índices de evasão escolar no Brasil. Posto isso, cabe ao Ministério da Educação, investir mais na estrutura das escolas, proporcionando mais recursos tecnológicos e materiais didáticos de qualidade, com o objetivo de instigar nos jovens o interesse pelo meio escolar; e além disso deve realizar a capacitação corriqueira de professores, dando ênfase para uma metodologia que atenda aos anseios atuais. Ademais, cabe ao Estado a criação de políticas públicas que ofereçam auxílios financeiros aos estudantes em vulnerabilidade socioeconômica, para que não precisem abandonar os estudos para trabalhar, neutralizando assim esse viés social.