Enviada em: 26/06/2017

Faltas constantes na lista de chamada, salas de aula vazias e escolas abandonadas. O crescimento dos índices de evasão escolar no Brasil incitou debates sobre as causas e implicações dessa problemática no contexto hodierno, tendo em vista que a educação é artefato imprescindível para o desenvolvimento social, intelectual e cultural das crianças e adolescentes. Dessa forma, torna-se necessário analisar as vertentes que englobam esse obstáculo a fim de revertê-lo.      Claramente, é perceptível que a falta de interesse dos alunos pelas aulas é uma das principais causas da evasão escolar. A transmissão de grandes quantidades de conteúdos presentes nos livros didáticos, muitas vezes, com pouca ou nenhuma aplicabilidade nas diversas dimensões da vida dos estudantes corrobora esse cenário. Prova disso é que, consoante dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV), 40,3% dos adolescentes abandonam as escolas por não considerarem as matérias aprendidas nelas como relevantes para o cotidiano.      É crucial destacar, ainda, que a entrada precoce no mercado de trabalho exerce papel preponderante na evasão escolar. Isso acontece porque as disparidades econômicas existentes no país forçam muitos adolescentes e jovens de baixa renda a ingressarem em empregos para captarem recursos que irão auxiliar financeiramente suas famílias. Com isso, ao serem submetidos a jornadas, muitas vezes, exaustivas, a assimilação dos conceitos propagados pelos professores é dificultada, o que prejudica a conciliação das atividades laborais com os estudos.      Destarte, diretrizes que formulem mudanças são essenciais para solucionar esse impasse. Assim, o Ministério da Educação deve reformular o currículo básico das escolas e investir em cursos preparatórios de capacitação destinados aos professores, para que estes produzam aulas mais contextualizadas e interativas, evitando a evasão escolar. Os órgãos de assistência social municipais, por sua vez, devem contatar as famílias carentes sugerindo o ingresso destas em políticas públicas como o Bolsa Família, a fim de que seus filhos não precisem sair das escolas para complementar a renda doméstica. Afinal, como disse Aristóteles, “as raízes da educação são amargas, mas seus frutos são doces”.