Enviada em: 03/07/2017

O egresso de crianças e jovens da escola, sem a conclusão do ensino, é umas das principais mazelas da educação no Brasil. Os motivos vão desde o desinteresse em aprender até as dificuldades financeiras, sendo que o principal, segundo a Fundação Getúlio Vargas, é a inserção no mercado de trabalho. Infelizmente, falta apoio dos pais e acompanhamento de uma equipe multidisciplinar na instituição de ensino, para que se conheça a realidade de cada aluno e o impeça de abandonar os estudos. Aristóteles há muito tempo afirmou: "A educação tem suas raízes amargas, mas seus frutos são doces". Diminuir as dificuldades para obtenção de conhecimento é um desafio a ser vencido.   Nessa perspectiva, a evasão escolar no país é a terceira maior do mundo e fica evidente que esse não um problema só dos professores e alunos, e, sim, da sociedade e do poder público. Os problemas enfrentados diariamente por esses jovens são muitos, a começar pela falta de condições financeiras para pegar o transporte, custear os materiais necessários para o ano letivo e até mesmo se alimentar. Muitos vivem em locais distantes da instituição e acabam desistindo, como ocorre no interior do Pará - estado com maior taxa de evasão, segundo o INEP -, onde crianças e adolescentes precisam caminhar por horas e até pegar canoa, pois na comunidade onde moram não tem escola. Dessa forma, é essencial que o Governo auxilie financeiramente essas pessoas mais necessitadas e que possuem interesse em aprender, não deixando escapar de dentro da sala de aula o futuro da nação.   Infelizmente, há um ciclo vicioso nessa problemática, pois quanto menos oportunidade e renda a família possui, maior será o índice de jovens que não concluirão os estudos. Os pais não costumam alertar sobre a importância da educação para a ascensão social e cobrar de seus rebentos a presença no colégio, ao contrário, insistem para que eles trabalhem e ajudem nas despesas da casa. A consequência disso é a permanência das péssimas condições de vida, empregos exploratórios ou desemprego, desvalorização salarial e até inserção na criminalidade. Na Noruega, a taxa de matrícula no ensino secundário é de 110%, mostrando a disparidade entre os países que priorizam a educação e os que não investem em ensino de qualidade para a mudança em todas as esferas sociais.   Portanto, para que a evasão escolar seja vencida, é necessário a ação em conjunto da sociedade e do poder público. O Governo deve disponibilizar auxílios financeiros para aqueles que moram longe das instituições de ensino e melhorar a estrutura destes locais, com salas de aulas equipadas e equipe multidisciplinar, a fim de analisar a frequência do aluno e criar uma relação de confiança entre escola e família. Entender os porquês do abandono e mostrar a importância da educação é um grande passo para a superação dessa realidade e para a futura colheita dos doces frutos.