Enviada em: 02/07/2017

Para Aristóteles, uma sociedade só colherá bons frutos caso haja uma educação de qualidade. Nesse sentido, não obstante, é alarmante o número de crianças e adolescentes que se encontram fora do âmbito escolar. Desse modo, torna-se necessária a discussão sobre os fatores que viabilizam a evasão escolar, fenômeno que se perpetuou até a atualidade.   Em primeira análise, cabe pontuar que a falta de infraestrutura, característica da maioria das escolas públicas brasileiras, é determinante para a evasão de milhões de estudantes. Nesse cenário, a despeito da educação ser um direito social garantido pela Constituição de 1988, o que se observa, na prática, são instituições educacionais sucateadas e isentas dos materiais necessários e de professores qualificados. Sendo assim, sem o devido incentivo à vida estudantil, muitos alunos abandonam as escolas, fazendo com que o cidadão, certamente, não alcance sua ascensão social.   Ademais, é inquestionável que a rigidez do currículo escolar do ensino médio é, sem dúvidas, fator desistência da vida estudantil. Em países como Estados Unidos e França, além das disciplinas mais essenciais, que são obrigatórias, as matérias mais específicas, no segundo grau, são facultativas e o aluno opta pelas que correspondem à área profissional desejada, o que não ocorre no Brasil. Desse modo, sem essa dinamização, muitos alunos perdem a motivação, e não chegam a concluir os estudos.   É indispensável, portanto, para sanar as significativas taxas de evasão escolar no Brasil, o engajamento do poder público. A intervenção cabível ao Governo Federal, aos Estatuais e às prefeituras é a priorização da educação, por meio da reforma e modernização de escolas já existentes, da construção de novas e da disponibilização de professores qualificados e bem remunerados. Além disso, é papel do Ministério da Educação, em parceria com os poderes Executivo e Legislativo, a flexibilização do currículo escolar, por intermédio da organização das disciplinas por área, com o escopo de que o estudante, desde o início do ano letivo, possa se direcionar para as áreas mais relevantes para si.