Enviada em: 09/07/2017

Apenas 19% dos jovens brasileiros concluem o ensino médio na idade esperada. Outra estatística desanimadora é o elevado número de alunos, na faixa de 15 a 17 anos, que abandonam os estudos- cerca de 1,3 milhões. Esses dados confirmam não só a existência de problemas sociais mas também refletem a falta de afinamento entre a escola, a família e os órgãos governamentais relacionados à educação. Essas instituições, que deveriam ser ativas na formação individual do estudante, falham na identificação e modificação das questões sociais e econômicas que levam o jovem a evadir.  É fato que o aluno em situação de pobreza tem maior probabilidade de ter de abrir mão dos estudos para trabalhar e ajudar no sustento da casa. Também para o estudante que convive com a violência e/ou abuso de drogas em casa ou na área em que vive e que, provavelmente, não terá interesse pelo que a escola tem a oferecer nos moldes atuais. Nos dois casos, o jovem não tem estrutura familiar, não encontra apoio na escola e não é capaz de enxergar os estudos como instrumento de melhoria em sua qualidade de vida no futuro. Devemos nos lembrar que estamos falando de crianças e adolescentes  que estão em processo de formação de caráter e de opinião- que estão construindo sua individualidade. Se ele não encontra elementos que o ajudem a crescer em casa ou na escola, dificilmente irá conseguir mudar as suas condições.   Então, como essa realidade poderá ser alterada? Será que somente com o avanço econômico e melhor distribuição de renda? Será que essas famílias só terão chance de conquistar seus direitos básicos de educação quando conquistarem uma melhor condição econômica? A resposta é negativa para ambas as questões. Isto por que dificilmente o indíviduo irá conquistar melhores condições de vida sem acesso a educação, já que as condições salariais e de trabalho para quem não é qualificado são precárias.  Portanto, temos que enxergar a educação como o elemento capaz de transformar essa realidade social.  Para suportar essa linha de pensamento temos, como exemplo, escolas situadas em áreas de risco que abandonaram seu caráter conteudista e assumiram um papel ativo junto às comunidades e que estão apresentando resultados positivos. Não só diminuíram a evasão escolar como conseguiram integrar a família na vida estudantil do jovem, ratificando para ele a importância dos estudos.  Para que seja criado este ambiente favorável à educação e que irá coibir a evasão escolar é necessário que se entenda que cada escola apresenta uma realidade diferente. Assim, o Ministério da Educação deverá atuar junto à cada unidade para identificar as atividades que estejam mais alinhadas com as necessidades das comunidades de que fazem parte e promover ações que permitam a implantação de tais ideias.