Enviada em: 31/05/2017

No século vigente, é notório o avanço tecnológico ao qual a sociedade é submetida, fator que impulsiona o desenvolvimento de pesquisas científicas e, por conseguinte, é o principal desencadeador de descobertas nas áreas da saúde humana e animal, como a elaboração de vacinas, de antígenos e de tratamentos para diversas patologias. Nesse âmbito, a utilização de animais em experimentos faz-se necessária em muitos casos, considerada imprescindível para a ciência. Por consequência disso, as condições a que são submetidos devem ser rigidamente analisadas  por profissionais da área, a fim de proporcionar aos animais utilizados uma melhor qualidade de vida.      Dessa forma, o uso de cães, camundongos ou coelhos em laboratórios de pesquisa é justificado pelo curto tempo de reprodução e pelas semelhanças fisiológicas com a espécie humana, as quais corroboram para o desenvolvimento de doenças que acometem ambas as espécies, como a depressão. À vista disso, a criação de soros para o tratamento de picadas de animais peçonhentos é um fator que comprova a importância de cobaias para a Medicina: a toxina é injetada diretamente em equinos, cujas características biológicas, como o seu grande porte e a positiva resposta imunológica de seus organismos contribui para a formação de anticorpos que serão utilizados nos meios imunizadores fornecidos aos pacientes.        Portanto, sendo a ciência um reflexo direto do desenvolvimento da humanidade, é evidente que há de se utilizar os meios disponíveis para o aumento da longevidade e para a erradicação de enfermidades responsáveis por inúmeras vítimas. Todavia, sob outra perspectiva, os animais submetidos aos testes possuem sua qualidade de vida prejudicada, desenvolvendo quadros psicológicos como o estresse e a depressão ou ainda físicos, como mutilações. Por isso, necessitam da supervisão de uma equipe qualificada, composta por médicos veterinários, biólogos e pesquisadores.       Conclui-se que, embora o campo científico tenha evoluído de maneira significativa, ainda necessita do uso de animais em pesquisas, com o objetivo de solucionar questões prejudiciais à sociedade. Dessa maneira, a fim de amenizar os danos desencadeados, a Legislação brasileira deve ter enfoque na fiscalização, com a aplicação de multas às instituições de pesquisa que submeterem os animais a condições deploráveis, restringindo a possibilidade dos testes apenas às empresas farmacêuticas. A grade curricular de cursos superiores como Medicina Veterinária ou Biologia também deve ser adaptada, com ênfase na Bioética, de maneira a obter uma formação mais humanista desses profissionais, que atuarão, futuramente, como principais fiscalizadores e juízes do problema.