Enviada em: 19/10/2017

No filme "Tempos Modernos" de Charlie Chaplin, o protagonista encontra, em meio ao contexto de fábricas buscando intensamente o lucro, uma menina órfã faminta que não tem moradia. Fora do cinema, entretanto, a realidade não é muito diferente. Segundo a OMS, cerca de 30% das mortes diárias estão associadas com a fome e pobreza extrema. Nesse sentido, nota-se que há uma combinação de fatores os quais contribuem para transposição da ficção para a realidade.             A princípio, é necessário ressaltar que a causa da fome mundial não é a falta de alimento. De acordo com Gary Garden, pesquisador do Instituto WorldWatch, a produção agrícola triplicou desde 1950. Nesse caso, a fome pode ser caracterizada, por exemplo, pelo desperdício intenso que ocorre em nível de varejo e consumidor. Prova disso é que um terço de alimentos próprios para consumo são eliminados por esses setores.       Ademais, a desigualdade social aguda ainda se faz presente atualmente uma vez que sua origem não é combatida. Embora o século XXI seja marcado pelos avanços em pesquisas tecnológicas, a educação básica da população mundial continua sendo um problema. Se o acesso à educação de qualidade fosse democratizada, as oportunidades de trabalho seriam mais amplas. Desse modo, a pobreza extrema não seria uma marca de nascença para tantos.       Fica claro, portanto, que existem empecilhos que dificultam a superação da questão da fome e desigualdade social no século XXI. A fim de resolver o impasse, o Poder Executivo deveria melhorar a qualidade da educação pública, além de ampliar seu acesso, através de maior direcionamento de impostos para essa esfera. As iniciativas privadas poderiam colaborar financeiramente com ONGs que combatem a fome pois, devido sua capilaridade social, atuam em áreas que nem sempre o Governo consegue alcançar. Talvez dessa forma, não exista mais miséria em tempos modernos.