Enviada em: 16/10/2018

No Brasil, o serviço sistemático de limpeza urbana foi iniciado oficialmente em 25 de novembro de 1880, na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, então capital do Império. Nesse dia, o imperador D. Pedro II assinou o Decreto nº 3024, aprovando o contrato de "limpeza e irrigação" da cidade, que foi executado por Aleixo Gary. No contexto social vigente, a gestão de resíduos na sociedade brasileira é preocupante, devido à negligência do Estado, causando inúmeras consequências.       Antes de tudo, vale salientar que  a maioria das Prefeituras Municipais ainda não dispõe de recursos técnicos e financeiros para solucionar os problemas ligados à gestão de resíduos sólidos, por conta da falta de subsídios estatais. Consequentemente, há falta de aterros sanitários e outros locais apropriados -para os metais pesados, por exemplo- nas cidades brasileiras, apesar do Brasil produzir em média 387 quilos de resíduos por habitante por ano, quantidade similar à de países como Croácia (também 387),  e maior que a de nações como México (360), Japão (354) ou Coreia do Sul (358),  porém, destina  corretamente pouco mais da metade do que coleta (58%), enquanto esses países trabalham com taxas mínimas de 96%. A esse respeito, o sociólogo Zygmunt Bauman afirma em "Modernidade Líquida" que algumas instituições sociais -dentre elas, o Estado- perderam sua função social, mas conservaram sua forma, configurando-se, assim, como "Instituições Zumbis".      Por conseguinte, com a falta de aterros, o descarte incorreto de resíduos nos lixões costuma trazer consequências graves ao meio ambiente, ameaçando fortemente a saúde humana, animal e vegetal. Afinal, de acordo com o tipo de resíduo descartado, diversos males podem ser causados, como enchentes, além da poluição atmosférica, que é uma das mais graves consequências, assim como levar a morte dos animais marinhos, por estes confundirem os rejeitos com alimentos, quando jogados nos rios e nos mares. Ademais,  quando um metal pesado, como o mercúrio por exemplo, é jogado nesse meio, ele pode causar diversos tipos de câncer,especialmente no fígado e tireoide.     Destarte, a ineficiência governamental reflete-se na situação caótica da gestão de resíduos. Logo, para mudar essa situação, é mister  o Estado criar aterros sanitários -locais apropriados- nas cidades, por intermédio de subsídios suficientes nas Prefeituras Municipais, para estas juntamente com o  Ministério do Meio ambiente, projetarem locais adequados para a construção, distante da população; além de aterros especiais para os metais pesados, por serem mais perigosos e nocivos, com o intuito de não prejudicar o meio ambiente, a saúde humana e  minimizar mortes de animais, evitando os descartes em lixões e nos rios. Com isso, o Estado deixará de ser uma "instituição zumbi", mediante a mudança da realidade brasileira.