Enviada em: 31/05/2017

De acordo com a Constituição Federal, todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à vida. Nesse contexto, a questão da gestão dos resíduos torna-se um fator primordial para o equilíbrio entre sociedade e natureza.     Em primeira análise, nota-se que desde a ascensão do capitalismo o mundo prioriza demasiadamente a produção em detrimento de valores humanos essenciais. Por isso, o crescente consumo, aliado a obsolescência programada e ao pouco incentivo dado a técnicas de sustentabilidade, é um resultado direto do acumulo de lixo no meio ambiente. Dessa forma, os resíduos, muitas vezes manejados de forma incorreta, propiciam a disseminação de doenças à população e o prejuízo ao ecossistema, como a contaminação do solo e de águas subterrâneas.          Em segunda análise, o que se percebe, muitas vezes, é a falta de instrução por parte da população sobre o despejo adequado para cada tipo de resíduo e a falta de comprometimento de muitos com a preservação ambiental. Atrelado a isso, apesar da existência da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que incentiva o descarte de forma compartilhada ao integrar Poder Público, iniciativa privada e sociedade, essa ainda se apresenta insuficiente no combate a má gestão do lixo, visto que há pouca fiscalização e poucos postos de coleta para a reciclagem, dificultando, assim, a harmonia entre coletividade e meio ambiente.             Visto isso, fica evidente a necessidade de buscar melhorias na gestão dos resíduos. Para isso, é necessário que o Ministério da Saúde e o Ministério do Meio Ambiente promovam campanhas de incentivo à sustentabilidade e ao despejo correto dos detritos, além de ampliar os pontos de coleta para lixo reciclável, pois como afirmou o ambientalista Paul Watson, inteligência é a habilidade de viver em harmonia com o meio ambiente. Além disso, o Poder Público deve ofertar incentivos fiscais para empresas que utilizam métodos sustentáveis em suas linhas de produção. Paralelamente, cabe ao Terceiro Setor propiciar a fiscalização nas comunidades, por meio de agentes comunitários. Dessa forma, o país poderá, finalmente, desfrutar dos princípios que a Constituição pleiteia.