Enviada em: 10/08/2018

O Brasil foi o destino de muitos judeus fugitivos da perseguição nazista. Stefan Zweig, um desses refugiados, ao ser bem recebido e ao impressionar-se com o potencial da nova casa, escreve um livro cujo título é até hoje repetido por muitos: "Brasil, país do futuro". Entretanto, a gestão pública brasileira, carregada de vícios históricos e culturais e marcada pela corrupção, torna perceptível que a profecia do escritor judeu não pôde sair do papel.       Infelizmente, ainda são inúmeros os casos de desvios de conduta dos governantes brasileiros, fato que justifica o reconhecimento do Brasil como um dos países mais desonestos do mundo pelo Índice de Percepção da Corrupção. Esse quadro político vergonhoso nada mais é do que o reflexo de uma herança histórica e cultural. Práticas como o voto de cabresto, que sustentava a Política do café com leite no período da República Velha exemplifica bem tal fato.       Ademais, o desinteresse de grande parte da população na escolha de candidatos adequados aos cargos públicos, consoante também com a falta de participação popular em quase todo o processo político do país, contribui com a defasagem da gestão pública brasileira. Outro fator que implica práticas ilícitas no setor político é a fiscalização precária quanto a postura dos governantes, bem como as punições leves associadas aos crimes de corrupção, na medida em que incentivam os gestores públicos a tomarem decisões em favor do próprio bem estar em detrimento do bem estar da população.       Diante do que foi discutido, nota-se a urgência na adoção de medidas que revertam o quadro apresentado. Entre elas,  a introdução da matéria "cidadão consciente" na grade curricular das escolas,  pelo Ministério da educação, a qual elucidaria os jovens quanto a suas responsabilidades como cidadão, enfatizando a importância de exercer o direito ao voto, garantido pela constituição, com excelência. Outra proposta tão importante quanto, seria a promulgação de penalidades mais severas àqueles que cometessem crimes no âmbito político, devido a gravidade das consequências de sua realização para com a população, sendo possível, portanto, com a atuação do poder Legislativo. A fim de que a profecia de Zweig possa ser cumprida e a corrupção seja apenas uma mancha da história política do Brasil.