Enviada em: 05/08/2018

Na obra "Política", o filósofo Aristóteles evidencia duas diferentes formas de regimes governamentais: os virtuosos, que trabalham a favor do povo que os elegeu, e os corrompidos, que favorecem a si mesmos em detrimento de sua nação. Hodiernamente no Brasil, o polo dos governos corrompidos contestado pelo pensador tem se destacado mais e causado prejuízos aos indivíduos eleitores. Esse cenário se dá pela consonância de fatores como a falta de conhecimento social à respeito de seus direitos, assim como a limitada participação pública em decisões políticas, que acaba se restringindo às eleições, o que prejudica a dignidade dos cidadãos.       Em primeira análise, é possível perceber que a falta de conhecimento por parte da nação, no que concerne aos seus direitos, é um dos empecilhos que impedem a questão da gestão pública no Brasil de ser resolvida. Nesse contexto, seguindo o raciocínio da teoria de Pierre Bourdieu: "habitus", que contesta o fato de a sociedade incorporar estruturas sociais que lhes são impostas, sendo a subordinação ao corpo governamental uma delas, entende-se que a ausência de debates tangentes aos direitos que devem ser proporcionados aos eleitores dificultam a plena realização da cidadania social.       Outrossim, pode-se contar como fator coibitivo para a resolução da temática, a limitada participação política por parte do povo nas decisões referentes às mudanças sociais. A respeito disso, consegue-se fazer um paralelo desse cenário com a situação vivida pelos índios na época da colonização, em que os nativos tiveram seus direitos negligenciados pelos portugueses e foram forçados a lidar com as mudanças ocorridas no território, que prejudicaram a dignidades deles. À respeito disso, é necessário que o papel social na política se restrinja a mais que os votos em ano eleitoral, portanto é imprescindível que haja mudanças tanto no âmbito social, quanto no político.     Infere-se, portanto, a necessidade de medidas para a resolução da problemática. Assim, é necessária a criação de campanhas midiáticas propagadas pela TV, além de conteúdos transmitidos por meio de livros infanto-juvenis e peças teatrais, que acontecerão por uma parceria entre a Mídia e o órgão dos Direitos Humanos, para que se possa conscientizar, em especial os jovens, sobre os seus direitos e deveres enquanto cidadãos, possibilitando o surgimento de ações que assegurem a cidadania de todos. Ademais, é preciso que haja ação do Legislativo para a criação de leis que visem a inclusão social na política - por meio de consultas ao povo feitas por votações nos perfis oficiais do Governo - para que sejam revogadas as legislações que beneficiam a sociedade, impedindo o abuso de poder nas câmaras. Só assim poder-se-á criar um ambiente justo para toda a população.