Enviada em: 31/07/2018

Desde a eleição do ex-presidente Fernando Collor, é proibida a divulgação do Plano de Governo no prazo de até vinte e quatro horas precedentes ao período de eleição. Nesse contexto, infere-se a notória atualidade de um fato indubitavelmente importante: a necessidade de conhecer os planos dos candidatos a presidente do Brasil. Assim, entende-se que existem adversidades na relação entre a gestão pública brasileira e participação comunitária, bem como fatores que afetam essa relação e que necessitam ser analisados.     Inicialmente, cabe pontuar que a origem da problemática está no fato de que o Brasil persiste com a mesma oligarquia política desde o século XIX. Comprova-se isso por intermédio da “política do café-com-leite”, uma vez que ela determinou que apenas as hierarquias agrárias brasileiras controlariam a gestão do país, bem como persistiu seu legado até a contemporaneidade, assim, consolidando a influência preponderante do Poder Legislativo às elites fundiárias. Dessa forma, nota-se a importância da descentralização política para uma gestão pública mais igualitária, isto é, a legislação precisa representar o contexto brasileiro como um todo, não apenas uma minoria.     Outrossim, convém frisar que a consolidação política das oligarquias agrárias por meio da bancada ruralista gerou a persistência da centralização da gestão pública, assim como desintegração da democracia brasileira. Uma prova disso está na pequisa feita pelo site Terra, em 2016, a qual consta que a cada quatro membros do Congresso Nacional, um é constituinte da bancada ruralista. Ou seja, o poder de aprovar leis, assim como o de fiscalizá-las e administrá-las está nas mãos de poucos, o que deturpa o conceito de democracia à medida que corrobora para que políticas e desejos sociais sejam reprimidos pela elite simultaneamente hegemônica e fundiária. Desse modo, percebe-se a necessidade de expansão da participação social no cenário político para uma gestão pública efetiva.     Portanto, com o objetivo de aumentar a interdependência entre a gestão pública e a participação social, medidas devem ser tomadas. Primordialmente, o Poder Executivo em parceria com o Poder Legislativo, precisa criar um projeto de pesquisa de opinião que expanda a intervenção da sociedade em emendas legislativas, tal qual em processos que desrespeitem à uma questão amplamente discutida e exigida pela comunidade. Ademais, esse projeto carece ser divulgado e efetivado por meio da mídia e prefeituras municipais, com o intuito de promover um maior alcance da proposta governamental a toda população. Então, a problemática será atenuada e formará um Estado que dependerá da participação da esfera social para uma gestão pública prudente.