Enviada em: 03/08/2018

No século XVII, durante a escola literária barroca, o escritor Gregório de Matos denunciava as atrocidades de cometidas pelos políticos na Bahia marcadas por posturas eticamente comprometidas. Hodiernamente, há resquícios dessa situação, dado o viés histórico, e a gestão pública brasileira mostra-se ineficiente acarretando na não efetiva garantia das necessidades coletivas. Nesse contexto, há dois fatores que precisam ser levados em consideração no que tange ao problema: os desvios de conduta dos governantes e a passividade dos cidadãos.         Em uma primeira análise, e válido salientar que os governantes, constantemente, adquirem comportamentos contrários à ética necessária para a administração dos serviços públicos. Isso ocorre porque os interesses individuais sobressaem-se sobre o coletivo e atitudes como compra de votos, desvios de verbas, propinas ilustram a postura. Na concepção do historiador brasileiro Sérgio Buarque de Holanda, a predominante característica "cordial" do país marcada pela afetividade e o pouco racional influencia a adversidade. Logo, a impessoalidade, essencial ao regime republicano é comprometida e corrobora para uma deficiente administração.         Outro aspecto a ser considerado representa a escassa mobilização social na exigência da prestação de serviços eficientes, já garantidos na legislação. Segundo uma pesquisa feita pelo DataSenado, a atitude é justificada pelo pouco ou total desconhecimento de uma parcela significativa da população dos seus direitos. Consequentemente, como na teoria do filósofo iluminista Jean Jacques Rosseau a vontade geral deve emanar de todos para ser aplicada a todos, sem o entendimento sobre seu papel de transformação, os cidadãos acabam sendo submetidos a um cenário inóspito causado pela falha gestão.              A fim de que se reverta esse cenário preocupante, portanto, urge a atuação do Poder Executivo na promoção de uma emenda constituição ao Poder Legislativo visando a punição de políticos que possuam atitudes corruptas contando com fiscalização no monitoramento para a garantia da ética necessária na administração. Soma-se a isso, a Mídia, por meio de seus recursos comunicativos - rádios, televisões, internet-, deve informar os indivíduos acerca dos seus direitos e também incentivar a cobrança pela eficiência do trabalhos dos gestores no intuito de que assumam sua responsabilidade social. Espera-se, assim, que os maus comportamentos fiquem restritos na literatura.