Enviada em: 05/08/2018

A Constituição Federal de 1988 - promulgada no governo de José Sarney - assegura a todos o desenvolvimento nacional. Todavia, esse torna-se inviável devido a atual gestão pública do Brasil, tendo em vista que casos de corrupção são recorrentes e as demandas sociais não são atendidas com excelência. Assim, é relevante esclarecer que heranças históricas acerca da prevalência de interesses e a ineficiência dos serviços públicos corroboram a precária situação da administração pública no Brasil.     Em primeiro plano, a herança histórico-cultural constitui a gênese da problemática. Alicerçado em um sistema governamental corrupto, o setor público brasileiro teve sua formação e desenvolvimento com base na supremacia do interesse privado sobre o público, fato evidente no suicídio de Getúlio Vargas, em 1954, cuja causa tem ligações com a liberação de um empréstimo do Banco do Brasil realizado para a criação do jornal "Última Hora" - o único que defendia o presidente. Em consonância com Pierre Bourdieu e sua teoria "Habitus", a sociedade incorpora e reproduz as normas sociais que lhe são impostas. Nessa perspectiva, a corrupção e o uso do dinheiro público em busca da promoção e satisfação individual, é naturalizada e difundida por muitos políticos, o que marginaliza as demandas sociais e torna a gestão pública brasileira ineficiente.    Outrossim, a ineficiência dos gestores públicos no que refere-se à má qualidade dos serviços prestados também contribui para que o país não alcance o desenvolvimento. A  esse respeito, o professor Denis Alcides, doutorado em Gestão Urbana, afirma que os setores de gestão pública não levam em consideração, no momento da aplicação de recursos, a eficácia do atendimento à população e atentam-se somente à quantidade de serviços prestados. Para o professor, é ineficiente um posto de saúde, por exemplo, atender um número enorme de pessoas, mas resolver o problema de poucas. Dessa maneira, a população fica à mercê da falta de qualidade dos serviços prestados.      Impende, pois, que o direito ao desenvolvimento nacional seja, de fato, assegurado, como prevê a Constituição Cidadã. Assim, cabe aos professores universitários de Ciências Políticas, por meio de vídeos socioeducativos nas redes sociais, oferecer aos indivíduos maior conhecimento acerca da situação política do país, a fim de que auxiliem na formação de uma sociedade que preconize o estabelecimento de um quadro administrativo que cumpra com os direitos básicos populares. Ao MCTIC, por sua vez, compete propiciar, por meio de mídias televisivas, a divulgação do programa "Capacita", que visa aperfeiçoar a formação de gestores públicos. Com efeito, a precariedade da gestão publica será atenuada e muitos brasileiros deixarão de ter, na prática, seu direitos fragilizados.