Enviada em: 08/08/2018

Conforme Thomas Hobbes, delega-se ao governo a responsabilidade de estabelecer o contexto social caracterizado por segurança e harmonia. No entanto - tendo em vista a questão de gestão pública no Brasil -, é notória a distância que existe entre a realidade deste país e o referido ideal sociológico, uma vez que são péssimas as condições dos setores vitais a qualquer sociedade, como saúde, segurança e educação. Dessa maneira, para a superação dessa problemática, surge a necessidade de compreender como o fator corrupção surge e de que maneira parte da população corrobora com ele.   Cabe ressaltar, a princípio, que a negligência do processo educaional no âmbito familiar é a principal responsável pelo óbice em análise. Nesse viés, sob a luz da máxima do pensador Kant de que o homem é o que a educação faz dele, justifica-se a importância do desenvolvimento das faculdades mentais de um ser humano no sentido escolar. Contudo, são comuns os casos de pessoas renomadas nos meios acadêmicos envolvidas em situações de corrupção. Assim sendo, ganha força a premissa do educador Mario Cortella de que "escolarizar" é diferente de educar - sendo esta última ação papel da família. Por isso, em um cenário em que tal instituição social perde força, diminui-se a possibilidade de formação de pessoas com caráter fundamentados nos princípios básicos da ética e moral.    Outrossim, as pequenas expressões de desonestidade dos cidadãos nos idos de hoje configuram mais um agente que sustenta a existência das consequências da má gestão dos recursos coletivos. Segundo o conceito de homem cordial - criado por Sérgio Buarque de Holanda -, o brasileiro se caracteriza por tomar decisões marcadas pela primazia à passionalidade em detrimento da racionalidade, assim sendo, surgem manifestações de caráter deturpados, cuja principal marca é a necessidade de imposição do individual sobre o social. Tal situação exemplifica-se nas conhecidas "trocas de favores" - venda de voto a preço de algum bem material para uso particular - e no "jeitinho brasileiro" - uso de meios alternativos e não legais para alcance de um fim de interesse próprio.    Pode-se dizer, portanto, que a desvalorização da educação de cunho familiar e as atitudes corruptas de pessoas comuns desta sociedade são as raízes dos entraves que emergem da má gestão pública no Brasil, logo, devem ser combatidas. Para tanto, cabe à família a responsabilidade de garantir aos seus dependentes uma educação fundamentada em princípios éticos e morais. Isso pode ser aplicado por meio de um maior esforço de pais -  por exemplo - em estarem cada vez mais presentes no transcorrer do dia de seus filhos. Assim sendo, conforme as casualidades surjam, os agentes educadores irão amparar seus educandos com os valores que possibilitarão o surgimento da sociedade ideal indicada por Hobbes.  Segundo Otto Lara Rezende discorreu, o homem de tanto ver, banaliza o olhar, de modo que o hábito o torna insensível ao cenário à sua volta. Nesse sentido, em boa parte da população, expressa-se um relativo conformismo dos indivíduos frente aos problemas que envolvem a gestão pública no Brasil, j