Convívio desequilibrado O ideal republicano, tal como apresentado por Nicolau Maquiavel, consiste em colocar o bem comum à frente dos interesses particulares, no entanto a individualidade se sobrepõe ao coletivo em diversos momentos de construção social. Assim, a desqualificada gestão pública revela a ineficácia da legislação e, ainda sofre com o desvio de recursos - uma barbárie, incoerentemente, (oni)presente. No que diz respeito à visão patrimonialista do poder, em essência, corrobora para a ineficiência da execução política. Nesse caso, o mecanismo público mostra-se como um interesse privado, visto que grupos individuais apropriam-se do sistema público em seu próprio benefício, à medida que realizam compras de votos, repasses de propina e caixa 2. Desse modo, num Estado patrimonialista a lei não simboliza expressão do bem comum, entretanto encontra-se desrespeitada e, por isso, perde seu valor. Sob esse prisma, a Operação Lava Jato vem revelando uma teia de favorecimento a empresários e políticos. Nesse sentido, as apurações da Polícia Federal mostraram que um grupo de construtoras formou um cartel que decidia a distribuição de verbas para diversos partidos, na qual eram usadas para bancar ilegalmente campanhas políticas. De acordo com dados do jornal "O Estado de São Paulo", nas eleições de 2014, 21 dos 27 partidos receberam recursos. Por conseguinte, os serviços públicos afogam-se em função da corrupção, uma vez que faltam verbas para os setores. Infere-se, pois, que a descabida gestão pública conclama políticas públicas ativas. Dessa forma, o poder Legislativo, deve intervir na reformulação das leis referentes ao âmbito da administração pública, para que irregularidades sejam punidas e a lei seja devidamente aplicada. E, o Ministério da Justiça precisa acelerar as investigações da Lava Jato, afim de que os recursos tenham seu destino correto. Logo, caminharemos para uma sociedade justa e de bom convívio social.