Enviada em: 12/08/2018

Na obra "O Príncipe", o filósofo político Nicolau Maquiavel expõe que a principal função do governante é manter o Estado. O autor separa ética de política, afirmando que a última é amoral e, portanto, para se manter no poder, o governante pode agir até mesmo de forma ilícita. Mediante disso, ao analisar a gestão pública no Brasil, torna-se evidente a presença do pensamento maquiavélico nesta. A priori, convém ressaltar que a prática da corrupção no Brasil não está presente apenas no hodierno. Durante a República Velha, houve uma prática conhecida como clientelismo, um sistema de troca de favores, em que o cidadão recebia verbas públicas em troca de apoio nas eleições. Isso, consoante ao pensamento do sociólogo brasileiro Sérgio Buarque de Holanda, que o governamental utiliza o bem público para fins privados, tal ato foi denominado patrimonialismo. É irrefutável que essa herança sociocultural ainda afeta a política e a vida dos cidadãos exacerbadamente em vários âmbitos, como foi divulgado pela Transparência Internacional, o Brasil teve uma forte piora no ranking que avalia a percepção da corrupção no mundo. O país caiu 17 posições e ocupa o 96° lugar na lista de 2017, entre 180 países. Mediante os fatos supracitados, é imprescindível que o Tribunal Superior Eleitoral fiscalize os candidatos durante suas campanhas para que não haja a venda de votos, principalmente para a população mais carente. Outrossim, é preciso também que o Ministério da Educação implemente nas escolas aulas e projetos sobre política, na qual profissionais dessa área eduquem os jovens sobre tal assunto. Para que haja uma mudança efetiva e a corrupção diminua de maneira colossal, diversas medidas devem ser tomadas mas, assim como Oscar Wilde disse, "O primeiro passo é o mais importante na evolução de um homem ou nação."