Conforme a Constituição Federal de 1988, o Poder Executivo através da administração pública tem o dever de gerir a federação, os estados e os municípios, buscando a qualidade de vida de seus cidadãos. Entretanto, diante das crises na educação, economia etc, a gestão pública tem demostrado uma certa ineficiência, visto que as precariedades dos serviços públicos só tem aumentado juntamente com os impostos. Diante disso, deve-se analisar como a ultrapassada forma de gerir e a incomunicabilidade entre o estado e a sociedade prejudicam a gestão pública brasileira. Nesse contexto, o anacronismo da gestão brasileira é a principal responsável pela sua ineficiência. Isso decore das regras previstas no direito administrativo do século XIX, nessa época o direito era seguido como a literalmente era expresso na lei, não tinha um processo interpretativo e criativo, era apenas positivado, contudo, o texto jurídico não acompanhou a evolução social. Da mesma forma, os gestores ainda seguem regras obsoletas e planejamentos que não se aplicam na sociedade atual, por isso o Brasil continua tendo problemas antigos, como falta de infraestrutura na educação, que só será resolvido se a gestão pública visar a modernização, a criatividade, a flexibilidade e a transparência em seus projetos. Atrelado à sociedade, nota-se, ainda, que a falta de comunicação entre os cidadãos e o estado faz com que os projetos da gestão não sejam efetivados. O filósofo Rosseau fala que "a vontade geral deve emanar de todos para ser aplicada a todos", essa frase denota a democracia, já que a população devep participar das propostas oferecidas pela gestão. Contudo, em meio a política corrupta do país, criou-se uma desesperança entre os brasileiros, de tal modo que uma parcela da população não exerce o ato de votar de forma consciente. Segundo dados da Justiça Eleitoral, os votos nulos e em bracos chegam a quase 32% dos eleitores, um número preocupante de abstenções, pois a votação é uma das principais formas de integrar a sociedade à gestão pública, visto que são os representantes eleitos, os escolhidos para fazer parte da administração do país. Torna-se evidente, portanto, que é necessário superar o modelo ultrapassado de gestão pública, além de existir uma comunicação mais efetiva entre estado e a população. Em razão disso, o Ministério Público e os órgãos administrativos devem investir na capacitação dos gestores, abrindo novos cursos de capacitação e programas de treinamentos para disseminar novos conceitos. Ademais, através das tecnologias, o Governo deve desenvolver novas formas da população participar da gestão, criando uma plataforma digital que denote transparência, avise sobre debates abertos ao público, um espaço para aceitar projetos desenvolvidos por cidadãos e também ouvir reclamações e responder em tempo real.