Enviada em: 22/04/2019

A gestão pública eficaz apresenta uma relação entre recurso e ação de modo a gerar desenvolvimento em benefício dos cidadãos. No contexto brasileiro, essa ideia é respaldada na teoria democrática, mas, na execução, é marcado pelo patrimonialismo e pela crise da representatividade na máquina administrativa do país.      É lícito referenciar, primeiramente, a teoria do “Estado patrimonialista”, do sociólogo Marx Weber, que aponta a corrupção como resultado da mistura dos interesses das esferas públicas e privadas, a qual se evidencia a partir do uso de recursos públicos visando os desejos particulares em detrimento do bem comum. Analogamente, na história do Brasil, a persistência dessa estrutura é indubitável desde o coronelismo da República Velha até o presidencialismo de coalizão da atual, em que o governante consegue apoio dos congressistas para gerir o país, principalmente, por meio da permuta de nomeações em cargos de gestão.     Paralelo a esse aspecto, é relevante abordar que, na conjuntura contemporânea, o sistema pluripartidário subverte a própria ideia inicial de expansão da cidadania, uma vez que o crescimento e a burocratização afastam o eleitor do representante, filtrando a participação e criando grupos que controlam o poder de decisão, com efeito, excluindo a maioria da população.Diante disso, a mobilização em prol das demandas de educação, saúde e seguridade da sociedade fica em segundo plano, e o setor administrativo tende a torna-se apenas instrumento para concretizar a vontade de grandes empresas que patrocinam as campanhas eleitorais,  tal como se exemplificou ser o caso da Odebrecht e JBS na Operação Lava Jato em 2014.          É notório, destarte, que o uso dos bens comuns da nação para interesses privados privilegia uma minoria e culmina em uma gestão pública ineficaz. Dessa forma, uma alternativa plausível para reverter a problemática é que o Congresso Nacional efetive a adoção do sistema distrital - muito comum em países de grande extensão -, mediante a divisão dos estados em unidades eleitorais conforme o números de vagas a serem preenchidas. Nessa conjuntura, o candidato faria campanhas em áreas menores e não só gastaria menos, como também conheceria melhor as necessidades da população que ali vive.