Enviada em: 31/05/2018

Orientação correta       Segundo o que diz a biologia, qualquer garota está apta a engravidar a partir da primeira menstruação, o que no Brasil ocorre em média por volta dos 12 anos. Todavia, o primeiro sinal biológico em relação à aptidão reprodutiva feminina não condiz necessariamente com a capacidade de conceber um filho, uma vez que para isso ser possível há de se levar em conta diversos outros fatores, a exemplo da situação psicossocial e financeira, especialmente da progenitora, o que torna necessário certo planejamento pré-gestacional.       Houve no Brasil, de 2004 a 2015, uma redução em 17% no número de garotas grávidas entre 10 e 19 anos. Essa redução foi possível graças ao drástico aumento no acesso à informação de cunho orientativo, haja vista que, com a existência de um maior alcance informativo em relação às condutas e métodos contraceptivos, torna-se possível, portanto, um melhoramento nas condutas sociais. Dessa forma ocorre a omissão de comportamentos tidos como massificados, como por exemplo a submissão feminina perante aos costumes machistas, e ocasiona-se, então, certa omissão de antigos costumes.       Desenvolve-se, portanto, uma certa facilidade no compreendimento da relação existente entre falta - ou até mesmo existência errônea - de orientação e a perpetuação de valores massificados, a exemplo do aqui abordado - gravidez antes do tempo. Ademais, a problemática da gravidez precoce configura-se de maneira recíproca em relação à disseminação da baixa escolaridade, uma vez que essa contribui no ocasionamento daquela, e vice-versa. Embora tenham ocorrido diversos avanços que possibilitaram uma maior orientação, que por sua vez ocasionou uma redução no percentual de gravidez precoce, há ainda um elevado número de casos que, em razão de adversidades ainda constantes - principalmente aquelas ocorridas na inferiorização do gênero feminino por meio de atitudes machistas - , permanecem configurando o Brasil como um dos protagonistas em gravidez precoce no cenário mundial.       Dessa maneira, é altamente viável a criação de um canal telefônico e virtual com o objetivo de orientar jovens e adolescentes em condições de vulnerabilidade social, para que dessa forma a problemática da desinformação se torne ausente. Somado a isso, é cabível o adotamento de medidas socioeducacionais por parte do MEC, que tratem de uma maior valorização do gênero feminino, sendo tais medidas implantadas nas salas de aula - como por exemplo o maior incentivo feminino em iniciativas culturais e educacionais - desde os primeiros anos de ensino, para que assim haja um maior emponderamento desse gênero e um consequente amadurecimento psicológico seguido da contínua diminuição dos casos de gravidez antes do tempo da década passada para a atual.