Enviada em: 08/05/2018

Desde os primórdios das civilizações humanas a gravidez é comemorada por significar a gestação de uma nova vida. Assim, demanda diversos cuidados, sendo fundamental a existência de uma estrutura biológica e familiar para dar-lhe suporte. Todavia, estudos do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (2017) revelam que 1 em cada 5 crianças no Brasil resulta de uma gravidez precoce - na qual o alicerce é inexistente ou deficiente. Assim, a gravidez na adolescência é uma questão de saúde pública que gera consequências alarmantes e deve ser tratada com maior seriedade.    Em primeiro plano, segundo dados da OMS, o Brasil possui a sétima maior taxa de gravidez da América Latina. A maior parte dessas adolescentes estão inseridas em um âmbito de baixa renda e escasso planejamento familiar. Sem perspectivas sociais, as jovens gestantes optam pela não conclusão da escolaridade, com o intuito de contribuírem com o arrecadamento econômico. A consequência disso reflete na dificuldade de inserção no mercado de trabalho e independência financeira.    Outro ponto importante é que ao evitar debates sobre sexo, ou ao apenas tangenciá-lo, as famílias e a escola acabam contribuindo para que os adolescentes obtenham informações em rodas de amigos ou afins, que nem sempre são consistentes - o que contribui para que vida sexual se inicie sem maturidade. Uma vez que na modernidade as relações e as ações estão liquefeitas, consoante a filosofia de Bauman, se banalizam os riscos e as consequências de engravidar. Socialmente, a consequência disso é o surgimento de uma família instável, com mães que abandonam os estudos e pais que nem sempre se fazem presentes.    De modo exposto, percebe-se a gravidez na adolescência precisa ser solucionada e levada a sério pelos jovens, familiares e governo. É necessário, portanto, intensificar e consolidar medidas já vigentes. É dever do governo, juntamente com as escolas investir na educação sexual, por meio de palestras, campanhas e propagandas, conscientizando e alertando a população jovem sobre a importância e o uso correto dos métodos contraceptivos existentes e as desvantagens de uma gravidez não planejada. É papel da família e da escola esclarecer as dúvidas dos adolescentes no que diz respeito à sexualidade, sem preconceitos, tabus ou estigmas. É necessário desconstruir mitos, expor situações reais, informar e orientar os adolescentes para que eles tenham consciência de suas escolhas e não caiam na “armadilha” de uma gravidez precoce.