Enviada em: 14/05/2018

Em romances românticos, como A moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo é notório observar que o ideal de felicidade para as jovens adolescentes da época estava associado ao casamento precoce e, consequentemente, ao fato de se tornarem mães ainda adolescentes. Na era pós-moderna, entretanto, o aumento do número de juvenis grávidas cresce de forma expoente em virtude da falta de conversação familiar a respeito do sexo na juventude bem como o acesso desigual a informação em que algumas comunidades – em sua maioria pobres e proveniente de periferias – estão sendo submetidas.              A priori, segundo o sociólogo Gilberto Freire, o Brasil foi formado, em sua essência, por um seio coletivo patriarcal, hierarquizado e conservador. Nesse âmbito, o repasse de continuísmos históricos e arcaicos foi responsável por criar um ideário que exclui o sexo da conversação normal dos cidadãos – devido ao fato desse tema ser considerado moralmente proibido. Desse modo, a inibição do diálogo sobre o coito leva os jovens indivíduos a praticarem relações sexuais sem ter noção de que a não utilização dos métodos contraceptivos pode ocasionar o aparecimento de uma gravidez não planejada.         Ademais, segundo a teoria determinista de Hippolyte Taine , o qual predominou em muitos romances realistas nacionais,m é importante ressaltar que o homem é produto do meio social em que ele está inserido. Nesse sentido, a gravidez na adolescência, em sua maioria, está associada a condição econômica que a jovem possui porquanto adolescentes que residem em áreas periféricas as quais não apresentam possibilidades de ascensão social e econômica veem na gravidez uma possibilidade de inclusão social no meio comunitário tendo em vista que as suas gerações familiares também contiveram mulheres que foram mães precocemente.       Destarte, é necessário que as Universidades ofertem seminários periódicos e gratuitos aos cidadãos que são pais de adolescentes, visto que nesses encontros psicólogos e sociólogos irão fomentar o debate aberto e instrutivo a respeito da gravidez na adolescência. Além disso, esses profissionais fornecerão orientação aos parentes - mediante palestras informacionais – sobre como conversar com os jovens de maneira correta sobre o sexo a fim de prevenir possíveis casos de gravidez precoce. Por fim, é mister que a mídia produza documentários que relatem o cotidiano das mães adolescentes da descoberta da gravidez até a realização do parto, expondo seus dramas e desafios no contexto social e familiar, no fito de tornar a conscientização em relação a gravidez na adolescência mais ampla e abrangente.