Enviada em: 20/09/2017

Necessidade de Releitura        De acordo com o antropólogo brasileiro Roberto DaMatta, antes de se virar uma página por completo, é necessário um processo de releitura. Desse modo, para que determinada questão seja solucionada, é fundamental encontrar suas raízes e formular suas possíveis soluções. Observar a permanência de problemas como intolerância à população LGBT no Brasil, é constatar que uma releitura tornou-se necessária. Nesse cenário,o atual quadro da problemática, é fruto, principalmente, de uma lenta mudança de mentalidade social e de uma ineficácia legislativa.             A priori, a herança histórico-cultural é, sem dúvida, o principal responsável pela homofobia presente no país. Durante o século XIX, a sociedade da época internalizou uma ideia pregada pela psicologia, que considerava a heterossexualidade algo correto e o a homossexualidade patológica. Em pleno século XXI, na sociedade brasileira, é notável que tal pensamento ainda é uma realidade, uma vez que os membros da comunidade LGBT são constantemente hostilizados em locais públicos ou até dentro de casa. Com isso, essa notável parcela da população se sente cada vez mais excluída da sociedade. Logo, o preconceito configura-se como uma barreira social que demanda imediato rompimento.        Além disso, nota-se, ainda, que a ineficácia das leis também causa a manutenção da problemática. Isso porque, apesar da Constituição Federal garantir que todos são iguais, a população LGBT ainda é constantemente violentada física e verbalmente e o estado não possui leis efetivas que protejam essa minoria. Consequentemente, muitos membros desse grupo escondem quem realmente são da sociedade, temendo sofrer as mais diversas agressões. Pesquisas realizadas pelo GGB(Grupo Gay da Bahia), comprovam tal fato, uma vez que, a cada 25 horas, uma pessoa é morta por ser parte da comunidade LGBT. Dessa forma, para combater as agressões é necessário um aumento na fiscalização.        Destarte, O Brasil precisa, portanto, tomar medidas que extinguem o pensamento homofóbico de uma grande parcela da sociedade. A curto prazo, o Poder Legislativo deve tipificar a homofobia como crime através da criação de uma emenda constitucional a fim de penalizar e reconhecer a existência de crimes de ódio contra homoafetivos. Ademais, faz-se necessário, como medida de longo prazo, a educação de jovens pelas instituições de ensino com o intuito de trabalhar o respeito à diversidade sexual, como exemplo, por intermédio de palestras e/ou de mesas redondas. Só assim, será possível completar o processo de releitura idealizado por Roberto DaMatta.