Enviada em: 13/10/2017

Na nova versão do clássico 'A Bela e a Fera', produzido pela Disney, o estúdio declarou abertamente que o personagem Lefou é gay. Tal revelação gerou revolta em algumas pessoas, que tentaram boicotar o filme. No que tange a isso, vive-se no Brasil uma crescente intolerância a homossexuais, fruto do conservadorismo latente no país e da impunidade para a prática da homofobia. Combater esse problema é um desafio da nação tupiniquim.  A princípio, nota-se que a origem do preconceito está na aversão à mudanças, visto que muitos brasileiros são conservadores e se negam a aceitar as diferenças. Prova disso é que, segundo uma pesquisa realizada pelo IBOPE, mais da metade da população admite ter feito ou presenciado comentários homofóbicos. Além disso, alguns líderes políticos se declaram contra os avanços para a comunidade gay, fomentando a intolerância de seus eleitores. Como consequência desse conservadorismo, a cada 25 horas uma pessoa é agredida por causa de sua orientação sexual. Tal fato demonstra que, primordialmente, uma mudança na mentalidade da nação se faz necessária pois, como afirmou o sociólogo Émile Durkheim, o homem, mais o que formador da sociedade é um produto dela.   Ademais, existe uma defasagem nos direitos civis dessa parcela da população. Face a isto, apesar dos avanços já conquistados - como o direito de casamento no civil, desde 2013 - a homofobia ainda não é considerada crime no Brasil e os delitos contra homossexuais são enquadrados em outras tipificações, como por exemplo injúria ou agressão. O filósofo Aristóteles declarou que a política deve ser utilizada de modo que, por meio da justiça, o equilíbrio na sociedade seja alcançado. Dessa forma, a falta de uma lei específica oferece abertura para que mais pessoas sejam agredidas física e moralmente devido sua orientação sexual, os agressores não sejam punidos devidamente e o desequilíbrio seja estabelecido no país.   Torna-se evidente, portanto, a necessidade de medidas para combater esse problema. Considerando a educação como o primeiro passo para o avanço, o MEC, em parceria com as escolas, deve promover discussões sobre as diferentes orientações sexuais, através de cartilhas e palestras adaptadas às diferentes faixas etárias, para que, dessa forma, a criança e o adolescente de hoje não seja o homofóbico de amanhã. No âmbito legal, os representantes da comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transsexuais) devem elaborar um projeto de lei visando a criminalização da homofobia e pressionar o Congresso Nacional para a aprovação do mesmo, com o intuito de tipificar esse tipo de agressão e torná-la passível de punição. Para que, dessa forma, o Brasil, que é um país de tanta diversidade, seja finalmente justo e seguro para todos.