Enviada em: 16/10/2017

Segundo o filósofo austríaco Zweig, o Brasil é o país do futuro. Entretanto, quando se observa a homofobia vigente no país, percebe-se que a profecia não saiu da teoria. Diante disso, tornam-se passíveis de discussão os desafios enfrentados, hoje, no que se refere à questão da criminalização da homossexualidade, principalmente em relação ao preconceito e o uso de medidas ineficientes, os quais impedem o pleno exercício da cidadania.   A intolerância contra o homossexual não é um problema atual, mas algo que perpetuou-se ao longo dos anos. Tanto no regime nazista alemão quanto na ditadura civil-militar brasileira, tais pessoas foram alvos de perseguição, sendo considerados aberrações e, até mesmo, doentes mentais. Contudo, tal pensamento arcaico não se extinguiu, apenas transformou-se. Nesse sentido, o homossexualismo, mesmo que não seja mais visto como doença, ainda é considerado, na maioria das vezes, inaceitável, levando alguns indivíduos a praticarem atos violentos e preconceituosos, como no Caso Dandara, onde um transexual de Fortaleza foi espancado e morto pelo fato de estar fora dos padrões aceitos por seus agressores. Dessa maneira, é notório que tais pensamentos são contrários à cidadania, pois impede o direito do cidadão de expressar sua orientação sexual, o qual é garantido pelo quinto artigo da Constituição de 1988.   Além disso, de acordo com Paulo Freire, em seu livro "Pedagogia do Oprimido", é necessário buscar uma "cultura de paz". De maneira análoga, muitos cidadãos, a fim de evitarem conflitos, hesitam em denunciar tais atos, principalmente quando envolvem violência. Contudo, omitir crimes significa, ao contrário do que se pensa, contribuir para com a continuidade da discriminação, seja contra homossexuais, seja contra transexuais, dificultando a resolução da problemática, já que gera um processo cíclico de impunidade.     Em suma, mesmo que o país tenha avançado nas formas de combate à homofobia, tais medidas ainda são ineficientes. Logo, o Ministério da Educação deve suscitar debates e pesquisas escolares a cerca do tema, podendo também retratar tal situação no tema da redação do ENEM, visando promover a reflexão em todo o território nacional, além de amenizar tal forma de preconceito. Também é necessário que a população, seguindo o pensamento do filósofo Platão, o qual apregoa que é necessário mudar a si mesmo para mudar o mundo, denuncie tais atos de injúria pelo disque-denúncia (100), já que são inaceitáveis em um país tão diversificado como o Brasil, visando acabar com a impunidade vigente no país e, acima de tudo, instigar uma sociedade mais justa.