Enviada em: 23/10/2017

De acordo com o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, em sua obra "Amor Líquido", é o valor das diferenças entre os indivíduos, isto é, suas singularidades, que enriquece o mundo  o qual habitamos em conjunto, tornando-o mais agradável e fascinante para todos. Todavia, no Brasil, essa narrativa é posta em risco com a persistência da homofobia, causada, dentre outros, por influência religiosa e pelo conservadorismo heteronormativo de grande parte da população.       Em primeiro plano, pode-se afirmar que a importância da religião na cultura brasileira, de certa forma, contribui para a intolerância contra os homossexuais. Segundo o sociólogo francês Émile Durkheim, os indivíduos são produtos da sociedade na qual estão inseridos, assumindo uma consciência coletiva. Por conseguinte, sendo a homossexualidade considerada um pecado pela maior matriz religiosa do país -- o Cristianismo --, os sujeitos acabam tomando para si a ideia de que ser homossexual é, além de errado, uma doença. Essa tese, que já foi abertamente defendida por congressistas brasileiros, insufla o discurso de ódio contra essa minoria da população, resultando na aversão ao grupo.       Outrossim, a heteronormatividade, originada no pensamento conservador tradicional, cria espaço para a marginalização da comunidade homossexual. Conforme o conceito de violência simbólica criado pelo antropólogo francês Pierre Bourdieu, a imposição do discurso dominante, ou seja, da heteronormatividade, à uma minoria pode provocar danos permanentes, sejam eles físicos ou psicológicos. Exemplos disso são os recorrentes relatos na mídia de casais homoafetivos que, por estarem demonstrando afeto em público, sofrem agressão de diversas maneiras, o que é altamente prejudicial para qualquer indivíduo numa sociedade livre e democrática.       Urge, portanto, a necessidade de se combater a homofobia no Brasil. Dessa forma, com o intuito de findar a impunidade, é imprescindível que o Poder Legislativo aprove leis que criminalizem a homofobia, estabelecendo, também, punições mais severas àqueles que a praticarem. De outro lado, cabe à mídia a geração e a propagação de campanhas sociais que visem a diminuir a intolerância contra os homossexuais por meio da sensibilização da sociedade. Talvez, assim, seja possível tornar o Brasil um país mais agradável e tolerante, com mais respeito às diferenças entre as pessoas, enriquecendo socialmente a Nação.