Com a Revolução Industrial do século XVIII e a consequente adoção do capitalismo nasceu uma sociedade de consumo. É enorme a quantidade de propagandas que induzem as pessoas a comprarem cada vez mais, mesmo que sejam produtos desnecessários e é essa lógica consumista que acarreta sérios problemas para o meio ambiente. Uma vez que quanto mais se consome, mais se produz, há o surgimento de dois problemas: utilização inconsciente dos recursos naturais e grande produção de lixo. Um dos efeitos negativos do consumismo é a ampliação da exploração da natureza para a geração de matérias-primas. A água, apesar de ser considerada como um recurso natural renovável, pode vir a ser considerado como um recurso limitado. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 1 bilhão de pessoas não têm acesso a uma quantidade mínima de água para consumo. Quanto maior for o consumo de água, maiores serão os riscos da qualidade da água diminuir. No que diz respeito aos recursos naturais não-renováveis, por serem “produzidos” em tempo geológico, não podem ser regenerados em uma escala que possa sustentar a taxa de consumo. Posto que a matriz energética mundial é extremamente dependente dos combustíveis fósseis, é preciso moderação no que se refere a sua utilização. Além do aumento da demanda por recursos naturais, o consumo em excesso maximiza a produção de resíduos sólidos aliada a destinação inadequada desses. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico do IBGE, cerca de 50,8% dos municípios brasileiros destinam o lixo a vazadouros a céu aberto, os famosos lixões. Visto que nesses locais o chorume pode penetrar o solo e contaminar a água dos lençóis freáticos, além de, devido a exposição dos resíduos e a falta de fiscalização, atrair ratos, baratas e mosquitos proliferadores de doenças. Diante desse cenário, é possível perceber que tal destinação incorreta tem impacto direto na vida dos cidadãos como um todo, além de colocar em risco a saúde dos catadores informais que vão em busca dos materiais recicláveis. Por tudo isso, faz-se necessária a adoção de medidas que incentivem o consumo consciente. Para tanto, ONG's e escolas devem promover debates por meio de palestras que abordem temas relacionados a importância de uma gestão integrada e sustentável dos recursos naturais com o intuito de conscientizar a população. É imperativo, ainda, que as prefeituras e empresas invistam na construção de aterros sanitários em todos os municípios brasileiros a fim de estabelecer a destinação adequada dos resíduos.