Enviada em: 27/07/2017

A insustentável sociedade do consumo       Bauman, famoso sociólogo, afirmou que a sociedade contemporânea é uma sociedade de consumo, na qual o ter sobrepõe o ser e tudo vira uma potencial mercadoria. Nesse cenário, o rápido fluxo de consumo torna rapidamente obsoletos tudo que usamos, o que gera constantes aumentos na produção de lixo e no uso de energia.       Essa relação teve início no século XVIII, com a introdução da revolução industrial. A partir deste momento o ser humano começou a desbalancear suas relações com a natureza, pois era possível produzir em massa e consequentemente se consumir muito mais. Como um resultado direto disso, o mundo hoje produz bilhões de toneladas de lixo por dia e cerca de 30 bilhões de CO2 são lançados por ano na atmosfera.       Segundo dados da ONU, já consumimos 30 % mais recursos naturais do que a capacidade de renovação da Terra. Isso, a longo prazo, será uma catástrofe, pois não será possível manter a vida de todos. Portanto, a única solução seria uma redução no consumo, acompanhada de um desenvolvimento sustentável, no qual se utiliza ao máximo o potencial das energias renováveis e o processo de reciclagem.       O Brasil não foge dessa situação também. De acordo com dados da ABRELPE, apenas o Estado de São Paulo já gera quase 60 mil toneladas de lixo por dia, sendo aproximadamente 1/5 descartado em locais impróprios. Esses números mostram que, sem a devida gestão de recursos e o reaproveitamento desses materiais, será insustentável manter essa situação, tanto no aspecto econômico quanto no ambiental.       Diante de todos os fatos, é evidente que o mundo precisa alterar suas relações tóxicas com a natureza. Seguindo essa lógica, o Brasil poderia começar a adotar certas ações. No que se refere ao lixo, os governos poderiam dar um auxílio ao processamento de orgânicos por meio da compostagem familiar, garantindo um bom uso de um material poluente. Além disso, poderiam ser feitos incentivos ao reaproveitamento de bens de consumo duráveis, por meio da redução de impostos de materiais, assim reduzindo o intenso fluxo de consumo.