Enviada em: 18/10/2017

Desde o final do século XVIII, com o início dos processos denominados revoluções industriais e a consolidação do capitalismo como principal sistema político-financeiro, o comportamento da sociedade passou a ser focado no consumo. Atualmente, com a população mundial chegando a 7 bilhões de pessoas e a exploração dos recursos naturais a pleno vapor, passamos a nos preocupar - ou deveríamos passar - com os impactos ambientais causados pelo consumo desacerbado em nosso planeta. Para o filósofo alemão Karl Marx, a sociedade capitalista criou uma espécie de fetichismo da mercadoria: as pessoas agem como coisas, e as coisas, como pessoas. Esse fetiche pela compra fez com que a produção industrial disparasse exponencialmente ao longo dos últimos três séculos, e o resultado do consumo desenfreado começa a se manifestar: os recursos naturais passaram a ser escassos e uma impressionante quantidade de resíduos sólidos, oriundos dos produtos comprados, é descartado diretamente no meio ambiente e sem a devida reciclagem. Nesse sentido, grande parte do lixo que é gerado pelo ser humano acaba influenciando a qualidade de vida de outras espécies. Prova disso é a imensa quantidade de plástico presente nos oceanos, formando as chamadas ilhas de plástico nas áreas de giro das correntes marítimas. De acordo com cientistas, esse acúmulo surreal de lixo nos mares é o principal motivo para a mortandade de espécies ameaçadas de extinção, como aves, baleias, tartarugas e golfinhos. Dessa forma, fica evidente a necessidade da sociedade mudar sua postura quanto ao fetichismo do consumo exagerado. O Estado, em parceria com as instituições de mídia, deve veicular campanhas que visem conscientizar à população quanto aos graves danos ambientais causados pelo descarte de resíduos no meio ambiente, incentivando a redução do ritmo de compras aliada à prática da reciclagem do lixo gerado. Com essas medidas, será possível estabelecermos um equilíbrio entre a sociedade capitalista e o desenvolvimento sustentável.