Enviada em: 04/10/2018

Após a Revolução Industrial, o mundo transformou-se no que tange às esferas econômica e social. Consoante a isso, é evidente que o avanço tecnológico iniciado no final do século XIX corroborou o princípio da crise hídrica na conjuntura global. Nesse sentido, sabendo-se que a água é indispensável para a manutenção da vida na terra, é tácito elucidar que a falta dessa provoca imbróglios vultuosos e irreversíveis no tocante à sobrevivência dos seres vivos. Diante disso, é inegável relacionar a escassez vigente à negligência governamental em coibir os desperdícios recorrentes da indústria, a qual é a principal causadora da inópia desse bem essencial na contemporaneidade.   Em primeiro lugar, é salutar ressaltar que, além da defasagem ética praticada pelas fábricas em inspecionar a quantidade de água utilizada nesses meios, o cotidiano do hominídeo hodierno também possui importância ao se tratar da temática. A Unesco, portanto, criou regras que devem ser seguidas para que o uso da água não ultrapasse dados assustadores no ano de 2050, contudo, ao analisar o contexto atual, é notório salientar que essas não estão sendo cumpridas, uma vez que, diariamente, a sociedade utiliza 34% a mais de água do que é realmente necessário. Analogamente, a ideia defendida por Jean-Jacques Rousseau de que os meios corrompem o homem, relaciona-se ao crescente consumo realizado pela coletividade, haja vista as imposições ditadas no mundo globalizado que tornam-se, erroneamente, indispensáveis.    Em segundo plano, é importante debater acerca das consequências advindas do mau uso desse bem. Concomitantemente a isso, é irrefragável aclarar que os países emergentes são os mais afetados pela falta de água e, assustadoramente, isso reverbera a morte de cinco mil crianças por dia. Em contrapartida, a população dos países industrializados tende a possuir dezenas de litros a mais do que essas. Isso evidencia a desigualdade existente na hodiernidade, a qual, impiedosamente, assassina seres humanos diariamente. Indubitavelmente, o contexto contemporâneo configura-se dissemelhante e ímpio. Mediante o elencado, é gritante a equivalência da realidade com a ficção retratada na obra de Graciliano Ramos, Vidas Secas.    Fica claro, diante do que foi supracitado, que a água é um bem inseparável à vida. Nesse contexto, é impreterível que a sociedade não deixe-a acabar. Para que isso seja feito, o Governo, por meio do Ministério do Meio Ambiente, deve criar e adequar leis eficazes que visem, fundamentalmente, a atenuação da utilização da água nas indústrias, todavia, sem comprometer o desenvolvimento econômico. Além disso, é beneficiador a existência de fiscais que coíbam irregularidades. Assim, o cenário atual desfrutará de equilíbrio e não mais será contraproducente com as futuras gerações.