Enviada em: 29/09/2018

Vidas Secas     Segundo Sartre, filósofo francês, o ser humano é livre e responsável; cabe a ele escolher seu modo de agir. Logo, com o avanço do sistema capitalista, recai sobre o homem o compromisso de tornar o mundo mais sustentável. Hodiernamente, a preocupação com a crescente crise hídrica no Brasil, reflexo da grave presença de práticas agrícolas insustentáveis e pela utilização em massa de benefícios provenientes das hidrelétricas, reflete essa realidade.      Ao fazer uma análise da atual conjuntura social, denota-se uma grande participação das atividades agrícolas na esfera econômica brasileira. Entretanto, segundo a Agencia Nacional da Água, esse setor tem sido o principal responsável pela maximização da crise hídrica no Brasil, visto que, objetivando expandir áreas de cultivo e manter a produtividade, são os principais agentes na contaminação de solos e aquíferos com o uso exacerbado agrotóxicos e na ampliação do desmatamento em florestas nativas. Por conseguinte, aumentam-se os casos de contaminação química de lençóis freáticos, degradação do solo e alteração nos regimes pluviométricos.      Ademais, é válido expor que o atual cenário comercial brasileiro está condicionado à lógica capitalista de busca por lucro. Sob essa ótica, denota-se um aumento exponencial no consumo hídrico e elétrico que, dinamizando a produção industrial em massa, gera maior rendimento a favor da demanda. Desse modo, criou-se uma maior necessidade de represar recursos fluviais para fins energéticos ocasionando inúmeros desequilíbrios ambientais, como por exemplo, alterações nos ciclos das chuvas, acúmulo de gás metano, oriundo da decomposição da vegetação submersa em áreas florestais represadas, na atmosfera.      Portanto, torna-se evidente a necessidade de aumentar a rigidez da fiscalização ambiental no setor agrícola, evitar a ocorrência novas inundações em áreas florestais, para instalação de novas hidrelétricas, e de crimes ambientais. Diante disso, para elucidar a problemática, o Ministério do Meio Ambiente deverá aumentar o rigor de aplicação das penalidades impostas aos agricultores que transgredirem as leis ambientais, por meio do aumento no valor das multas. Outrossim, elaborar uma nova diretriz energética que estimule financeiramente as indústrias a diversificar as suas fontes de energia, rompendo a dependência com as hidroelétricas e estimulando o uso de fontes com menores impactos ambientais, como por exemplo, fontes eólicas e de biomassa. Logo, somente assim poderemos erradicar as atuais adversidades e contribuir com a dignidade das futuras gerações.