Enviada em: 01/10/2018

Segundo o filosofo Tales de Mileto, o Universo é feito de água, pois sem ela não existe vida. No atual contexto, sabe-se que esse pensamento não é totalmente correto, no entanto, é indiscutível que o recurso hídrico é imprescindível para a sobrevivência de todos. Contudo, mesmo sabendo de tal importância, o ser humano consome água exacerbadamente e a desperdiça, o que vem causando uma escassez, que pode  gerar graves impactos.   É importante pontuar, de início, que o capitalismo alimenta o consumismo, fato que faz com que a industria e a agricultura tenham que produzir cada vez mais. Desse modo, a "pegada hídrica"-conceito criado pelo pesquisador Arjen Hoekestra, para designar toda quantidade de água gasta para produzir algo- cresce a medida que o consumo aumenta. Logo, é perceptível que as industrias, utilizando água potável em suas produções, e a agricultura, fazendo uma irrigação que utiliza grande volume desse recurso, são dois grandes agentes que ajudam a causar a escassez hídrica. Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), esses dois setores utilizam juntos quase 92% de toda água disponível no mundo, o que gera impactos como falta de água para a população e stress hídrico em vários lugares do mundo.   Nesse viés, vale ressaltar que a população também tem influencia na crise hídrica, visto que o desperdício ainda é grande. De acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), a cada cem litros de água tratada no Brasil, trinta e sete litros são jogados fora, dado que mostra a falta cuidado da sociedade para com esse valioso recurso. Assim, é evidente que o homem, devido a esse crescente desperdício, se aproxima cada vez mais de viver em um cenário de seca extrema, enfrentando consequências como sede, falta de alimento e doenças. Por conseguinte, a sociedade do século XXI poderá viver, brevemente, o cenário evidenciado no livro "Vidas Secas", de Graciliano Ramos, onde a seca provoca a miséria e o sofrimento humano.   É evidente, portanto, a necessidade de medidas para diminuírem os impactos da escassez de água na atualidade. Primeiramente, é necessário que as industrias, por meio do uso da água de reuso classe quatro (proveniente do tratamento da água de esgoto), diminua o volume de água potável utilizada em suas funções. A agricultura, por sua vez, deve baixar a quantidade de água usada na irrigação, através do emprego da irrigação por gotejamento, que é a mais econômica. Assim sendo, esses setores seriam capazes de reduzir sua pegada hídrica e teriam menor impacto na escassez. Outra medida cabível é que as escolas, através de palestras educativas com a presença de ambientalistas, ensinem aos pais e aos alunos como evitar o desperdício de água, a fim de diminuir as consequências da escassez.