Enviada em: 05/10/2018

Em uma das suas obras literárias, Vidas Secas, o escritor Graciliano Ramos retrata o drama de uma família no sertão nordestino que  enfrentava o período de seca, vivendo uma situação miserável e com o mínimo recurso hídrico possível para sustentar a vida. Assim como na ficção, a realidade da carência hídrica existe para milhões de pessoas, que na maioria dos casos não possuem água sequer para o saneamento pessoal. Nesse contexto, não há dúvidas dos danos causados pela falta de água, que ocorre, muitas vezes por ausência de educação social e negligência governamental. Deve-se pontuar, de início, o descaso dos governantes para a questão de gestão hídrica no Brasil, que por sinal é um dos maiores detentores mundiais desse recurso. Consoante ao filósofo grego Aristóteles, potência seria uma habilidade ou característica que um ser traz consigo, mas que pode ser aprimorada até desenvolver seu potencial máximo e então se transformar em ato, analogamente ao conceito aristotélico o Brasil possui uma grande capacidade hídrica nata, que possibilitaria uma distribuição igualitária de água para todos, mas infelizmente o país ainda não dispôs de uma governança que fosse capaz de transformar todo essa competência hidráulica em ato. De acordo com o autor Jonh Maxwell o sucesso vem como resultado do desenvolvimento de um potencial. Ademais, há um uso irresponsável da água por boa parte dos seres humanos. A falta de cuidado com o gasto de água ao tomar banho, escovar os dentes e até mesmo ao lavar a calçada podem contribuir para resultados nada satisfatórios. Relatórios da ONU alertam que se o padrão de consumo e poluição não mudar, em 2025, 1,8 bilhões de pessoas estarão vivendo em países ou regiões com absoluta escassez  de água, e dois terços da população mundial poderia estar vivendo sobre estresse hídrico. Conforme Mahatma Gandhi o futuro dependerá daquilo que se faz no presente.  É evidente, portanto, os impactos da escassez de água na atualidade. Dessa forma é necessário que o Ministério do Meio Ambiente (MMA) destine mais verbas para projetos de reaproveitamento e gestão hídrica e realize campanhas de conscientização na mídia e nas escolas em parceria com o Ministério da Educação (MEC), através de propagandas, palestras, cartilhas e atividades lúdicas, afim de promover uma compreensão social e amenização do problema. Consoante ao autor George Bernard Shaw, é impossível progredir sem mudança e aqueles que não mudam suas mentes não podem mudar mais nada, apenas com comportamentos e hábitos diferentes por parte dos governantes e da população será possível mudar essa triste realidade da carência de água e viver em um mundo melhor.