Enviada em: 28/09/2018

O período que se seguiu após o fim da Segunda Guerra Mundial foi palco de profundas mudanças em diversas esferas da sociedade. E, no Brasil, não foi diferente, em consequência do processo de desenvolvimento rápido e desordenado, o país enfrenta problemas complexos dentro de sua comunidade relacionados à escassez de água em determinadas regiões. Diante dessa questão, urge a necessidade de se debater e de compreender as causas e os impactos de tal assunto na sociedade.       Em um primeiro momento, é importante constatar como a estrutura socioeconômica foi modificada ao longo da história do país. Após anos de recessão e alta inflação, o Plano Real transformou o cotidiano das famílias brasileiras ao possibilitar um aumento de seu poder aquisitivo. Atrelado a essa nova realidade, novos hábitos de consumo desenfreado por mercadorias cada vez mais ultrapassadas aflorou em todas as classes sociais. Desse modo, os novos padrões de vida da sociedade representam problemas profundos ao demandarem uma quantidade exorbitante de recursos naturais.       Nesse contexto, cabe uma reflexão acerca do alto consumo de água  e seu impacto no planeta. O conceito de pegada hídrica pode ser definido como um indicador do volume de água doce consumido diretamente pelo ser humano, bem como indiretamente na produção de bens e serviços. Assim, com a evolução dos padrões de consumo, a atual demanda por água é maior do que a disponibilidade e a capacidade de renovação gerando escassez hídrica. Tal consequência  pode ser ocasionada tanto por fatores naturais, a exemplo da Região Nordeste que sofre com secas crônicas, quanto por fatores socioeconômicos,  como a cidade de São Paulo e o mau gerenciamento de seus recursos hídricos.       Outrossim, torna-se imprescindível analisar a situação da população em meio ao crescente impacto da modernidade na organização social. Os novos hábitos de vida, característicos do processo de globalização, atingem diretamente a forma como o homem interage com o meio e com seu semelhante. Assim, o individualismo, baseado no acúmulo monetário, e a incessante busca pela satisfação pessoal, fundamentado no consumismo exagerado de novos produtos sujeitos a obsolescência programada, colocam sobre a natureza a difícil tarefa de fornecer/renovar recursos essenciais para a sobrevivência.       Diante dos fatos supracitados, faz-se necessário que a Escola, em consonância com o Poder Público, promova a formação de cidadãos críticos e ativos quanto à utilização dos recursos hídricos de forma direta e indireta, por intermédio de palestras e debates para que atuem de maneira efetiva em suas comunidades. Além disso, é imprescindível que o Estado destine maiores investimentos, advindos da arrecadação pública, na criação de planos efetivos de manutenção e gerenciamento de recursos naturais com o objetivo de oferecer condições dignas de vida e desenvolviemto sustentavel.