Enviada em: 30/09/2018

Além de ser, indubitavelmente, o elemento mais importante para a sobrevivência dos seres vivos, a água está relacionada ao desenvolvimento das sociedades. Na Antiguidade, o florescimento do Egito dependia das cheias do Rio Nilo e, atualmente, o avanço dos meios de produção também dependem do recurso hídrico. No entanto, em pleno século XXI, o uso desmedido da água tem gerado escassez, impactando na sua disponibilidade futura e desigualdade de acesso.       Segundo estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 1 bilhão de pessoas não terá acesso à água potável em 2025. Tal estado crítico é resultado, principalmente, de ações antrópicas pouco sustentáveis. Embora a falta de consciência individual seja um forte fator para o desgaste das fontes hídricas, o consumo de água nos processos produtivos, conhecido como “água virtual”, também possui impacto, uma vez que, grande quantidade desse elemento é utilizado na produção de bens e serviços. Logo, com o lucro acima da preservação, os níveis do solvente universal entrou em alerta para o seu esgotamento não muito distante.     Ademais, o acesso à água tem estado cada vez mais relacionado ao poder econômico. Países desenvolvidos, como o Canadá, apresentam índices de uso hídrico por pessoa muito maiores que outros com pouco desenvolvimento, como acontece com o Continente Africano, que é comumente associado à imagem de escassez extrema. Tal realidade está relacionada, além dos fatores geográficos, ao planejamento e poder aquisitivo da população, que propicia melhores fontes e tratamento da água. Assim, de acordo com a perspectiva do sociólogo Karl Marx, em que a economia direciona o ritmo da sociedade, esse ritmo também envolve as condições básicas de vida.       Portanto, a fim de amenizar os impactos da escassez de água no século XXI, é necessário que o Poder Público atue na limitação do gasto de água nos setores de produção, mediante a criação de políticas públicas que definam a quantidade média de gasto hídrico mensal e da disponibilização de fiscais para analisar o cumprimento das delimitações. Além disso, visando aumentar o acesso à água nas regiões mais pobres, seria cabível a implantação de projetos de dessalinização hídrica, por meio do investimento dos governos e da iniciativa privada em tais projetos, com o tratamento da água do mar para a adequação ao consumo, permitindo, assim, reduzir sua falta.