Enviada em: 01/10/2018

Na obra literária “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos, é perceptível o contínuo anseio pela sobrevivência humana, a fim de obter um direito universal inquestionável: a água. A escassez desse bem hídrico tornou-se um problema atemporal e aflige a sociedade contemporânea à medida que sua demanda e consumo aumentam. Assim, torna-se imprescindível analisar essa questão política e educacional.     Um primeiro aspecto responsável pela crise desse recurso natural e seus impactos é a desigualdade na obtenção de tal recurso. Embora o Brasil seja o país com a maior quantidade de água per capita do mundo, a sua disponibilidade é má distribuída ao longo do território. De acordo com o IBGE, A região Norte, que apresenta as menores densidades demográficas, possui cerca de 70% das reservas nacionais. Enquanto que outras extensões com maiores números populacionais sofrem com o desabastecimento, e com a falta de saneamento básico. Isso porque falta planejamento e infraestrutura, uma vez que essas políticas geram pouco impacto eleitoral.     Concomitantemente a essa dimensão política, quando o renomado filósofo Lev Vygotsky afirma que a escola não deve se distanciar dos aspectos da vida social de seus participantes, corrobora - se a necessidade de eixos como a consciência ambiental serem desenvolvidos no ensino básico. No entanto, a educação brasileira não introduz ações pedagógicas que reflitam sobre o uso indiscriminado da água agravando o decremento desse recurso nos reservatórios e impactando no custo da conta devido a geração de energia termoelétrica.    São notáveis, portanto, as causas da escassez desse solvente universal. para que ocorra a preservação dos recursos hídricos no país, é necessário que haja uma avaliação ambiental dos mesmos de forma holística, contemplando as políticas de saneamento e de recursos nos empreendimentos hidro intensivos, por parte da fiscalização governamental.