Enviada em: 30/09/2018

Na época conhecida como Romantismo, a natureza era vista como um dos elementos mais fascinantes e importantes ao homem, como ilustrado na obra "Devaneios" de Rosseau, no qual o ambiente natural era semelhante a uma mãe que protege os filhos dos desconcertos do universo. Entretanto, com o passar do tempo essa visão subjetiva e valorizada da natureza foi deixada de lado pelas populações que passaram cada vez mais a explorá-la, o que propiciou diversas crises ambientais nos tempos atuais, a exemplo da escassez de recursos hídricos. Nessa instância, os principais impactos causados pela carência de água são aumento de doenças e baixa produção alimentos.         Em uma primeira análise, é válido observar que a insuficiência hídrica é um dos precursores para o aumento de doenças nas sociedades. Isso ocorre pois a falta de água limpa para consumo diário, precário saneamento básico e o contato com água contaminada são um dos principais vetores para doenças, como ascaridíase, leptospirose e hepatite A. Tais dificuldades são notadas desde o início do século XIX, como explorado no livro "Cortiço" de Aluisio Azevedo, no qual relata as condições insalubres e deficitárias de água potável, características do Rio de Janeiro da época, o que gerava inúmeras enfermidades. Dessa forma, é necessário que o Governo invista em projetos e obras públicas que levem saneamento e suprimento hídrico básico para todos os cidadãos.       Outrossim, a baixa produção agrícola, pecuária e industrial é um dos grandes impactos da escassez hídrica do século XXI. De acordo com uma pesquisa feita em 2016 pelo Ministério Público, para produzir todos esses recursos é necessário, indubitavelmente, cerca de 70% da quantidade total de água do país, o que demonstra a forte dependência das produções pela água. Sob essa ótica, a partir dos avanços tecno-científicos, alcançados com as Revoluções Industriais, os mecanismos de geração de alimentos e criações de gados obteve uma significativa diminuição da necessidade pela água, entretanto, estes processos irão sempre ser necessitar deste recurso devido as questões biológicas e físicas de reprodução. Logo, é imprescindível que haja uma maior economia e planos alternativos sobre como produzir sem que haja um dispêndio hídrico maior que o necessário.        Torna-se evidente, portanto, a necessidade de mudança no cenário político a respeito do uso de água no Brasil. Para reverter esse quadro, é necessário que o Governo Federal, aliado aos veículos midiáticos, invista em projetos alternativos para o uso hídrico. Tal ação pode ser feita com a junção de incentivos fiscais aos produtores agrícolas e pecuaristas que utilizem menos água e a mídia televisiva e propagandista que difunda ideias conscientizadores para população, como forma de ajudar na economia e a subsequente preservação desse elemento mais importante para a vida na Terra.