Enviada em: 30/09/2018

No que se refere aos impactos da escassez da água, é possível afirmar que a origem comum de todos eles está na ineficaz logística sobre  os recursos hídricos. Isso ocorre não só pelo consumo desmedido por parte da população como também pela necessidade de caráter exponencial de setores produtivos em utilizar a água. Vale salientar que a Lei das Águas, instituída em 1997, assegura a disponibilidade de água de qualidade às gerações presente e futuras, todavia a crise hídrica compromete esse direito nacional. Logo, compreende-se a necessidade da promoção de ações que visem a sustentabilidade no uso da água.    Nesse contexto, torna-se indispensável analisar os diferentes motivos que explicam o consumo excessivo da água. Pode-se ressaltar, por exemplo, que o acesso abundante por parte da população mundial, como em países desenvolvidos, não implica no desenvolvimento do uso consciente desse recurso natural. Com isso, percebe-se que o conceito de desenvolvimento sustentável, evidenciado na primeira conferência mundial ambiental em 1972, que compreende o uso de recursos naturais no presente sem comprometer as gerações futuras, já não é executado  pois as desigualdades de acesso e oferta já afetam populações de alta vulnerabilidade social. Torna-se, portanto, essencial a adoção de medidas com o objetivo de atenuar os impactos aludidos.     Outrossim, é notório que o uso da água doce é essencial não só para as necessidades básicas humanas como também para processos produtivos como a agropecuária brasileira. Identifica-se, por exemplo, que de acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação, esse setor primário da economia usa 70% da água brasileira e quase metade desse montante é desperdiçado devido as irrigações mal-executadas.  Assim, os impactos recaem sobre o ecossistema pois os lençóis freáticos, que são os reservatórios hídricos subterrâneos, recebem água contaminada por agrotóxicos utilizados pelos agricultores. É perceptível, assim, que iniciativas com o propósito de mitigar os impactos ambientais da agricultura são primordiais para a preservação da água.    É preciso, portanto, que esforços governamentais sejam realizados para a resolução da problemática supracitada. O Ministério da Educação, em consonância com o Ministério da Agricultura devem promover, por intermédio de equipes multi-profissionais compostas por agrônomos, biólogos e pedagogos, a capacitação de agricultores para que executem a sustentabilidade nos cultivos agrícolas. Além disso, é fundamental que escolas estimulem o desenvolvimento crítico nos alunos sobre os usos da água no ambiente doméstico e como evitar o desperdício.  Busca-se, assim, não só a amenização dos impactos ambientais como também a garantia de água de qualidade para além do século 21.