Enviada em: 30/09/2018

Engrenagem mundial      Desde o Antigo Egito, a água já era primordial para a economia e sustento humano. De acordo com o crescimento das comunidades e o desenvolvimento das tecnologias, a demanda por esse recurso foi ficando cada vez maior. No século XXI, a intensidade do consumo, em muitos lugares, sobrepõe a oferta. Desta forma, conflitos são gerados, ecossistemas são alterados e a população é afetada. Assim é necessário analisar fatores político-econômicos e socioambientais da escassez hídrica.      Hidrogeopolítica é um conceito utilizado na geografia que nos mostra uma função da água no mundo: o recurso natural como questão econômica e instrumento de poder. A má distribuição hidrológica pelas nações gera muitas áreas de estresse hídrico. Enquanto a água em países como Brasil e Rússia encontra-se abundante, em outros, a exemplo de Irã e Paquistão, nota-se uma insuficiência. Tendo em vista que muitos países, como a China, têm a sua base econômica agrícola, a falta desse recurso implica numa alteração na estrutura nacional.       Ademais, a expansão da urbanização, o crescimento industrial e o avanço do agronegócio, afetam diretamente a vitalidade e segurança ambiental e, consequentemente, a saúde humana. A poluição da água é um assunto recorrente nos últimos séculos. Cidades que crescem sem saneamento, indústrias que despejam resíduos em rios, lixões instalados sem fiscalização condenando o lençol freático, além de várias outras situações que contribuem para a baixa qualidade de água potável agravando o cenário de escassez. Assim, formamos, cada vez, mais um ambiente inóspito, alimentando a proliferação de infecções e doenças como cólera e leptospirose.        Fica claro, portanto, um impacto além de âmbitos ambientais afetando, também, a política, economia e saúde mundial. A fim de que tal realidade mude, é necessária uma reeducação ambiental; assim, escolas e famílias, como formadoras de princípios, devem estimular a consciência do consumo responsável e preservação, através da prática, como ações socioambientais. Além disso, cabe a cada município efetivar a fiscalização sobre os efluentes industriais através do cumprimento mais rígido da lei já existente. Por fim, os países devem criar meios de reutilização e armazenamento de água para equalizar a disposição pelo território, através de grandes cisternas que captam água da chuva, tratam e redistribuem, por exemplo. Somente assim, será possível um melhor aproveitamento deste recurso hídrico que dá vida ao mundo.