Enviada em: 02/10/2018

Na obra literária “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos, é nótorio o contínuo anseio pela sobrevivência humana, a fim de obter um direito universal inquestionável: a água. A escassez desse bem hídrico tornou-se um problema atemporal e aflige a sociedade contemporânea à medida que sua demanda e consumo aumentam. Nesse contexto, deve-se analisar como o consumo exagerado das indústrias  e a estrutura ineficiente do sistema de abastecimento de água , influênciam na problemática em questão.    Em primeiro lugar, vale ressaltar, que o filósofo grego, Tales de Mileto, afirma que a água é o elemento essencial a vida e a sobrevivência dos seres vivos. Ademais, a quantidade de água utilizada pelas empresas na fabricação de produtos, como, automóveis, roupas, calçados e demais objetos é extremamente alta. Dessa forma, nota-se que o desperdício desse composto inorgânico não provém unicamente dos descuidos dos cidadãos, visto que as indústrias favorecem sua carência, ao visar a promoção de lucros comerciais do sistema de produção capitalista.     Outro aspecto relevante, são as falhas no sistema de gestão e de planejamento dos recursos hídricos causam inúmeros problemas em vários setores empresariais. Com isso, ocorre ausência de regulamentação para técnicas de reúso, pouco investimento em infraestrutura - devido às fraudes e aos desvios orçamentários - e assim, a economia declina, juntamente com o nível de progresso da nação. Com a má administração do Ministério do Meio Ambiente (MMA), em conjuntura com as agências responsáveis pelo abastecimento, a comunidade nacional fica predisposta a sofrer com o aumento dos preços da luz e dos alimentos devido às crises emergentes provocadas pela falta de ações consistentes na governabilidade da água conforme assegura a Elektro         Torna-se evidente, portanto, que é necessário combater esse paradigma contemporâneo, marcado pela delicada questão hídrica, a fim de minimizar as problemáticas que a envolvem. Para tal, o Poder Executivo deve ampliar o acesso à água, através do investimento em saneamento básico e infraestrutura, para que haja a garantia de um recurso que é direito de todos. Ademais, o Poder Legislativo deve, por sua vez, propor reformas constitucionais que assegurem a preservação da água de forma assídua, na qual, faz-se prudente efetivar a fiscalização de empresas e a disseminação de multas e juros àqueles que ultrapassar o uso da água estabelecido pelo MMA. Assim, a fonte da vida passa a receber a devida valorização e sua escassez se torna consequentemente mais distante.