Enviada em: 01/10/2018

Operando conforme a primeira lei de Newton, a lei da inércia, a qual afirma que um corpo tende a permanecer parado até que uma força suficiente atue sobre ele o mudando o seu percurso. Fora da física, os problemas gerados pela crise hídrica estão estagnados na sociedade brasileira. Com isso, ao invés de funcionar como a força suficiente capaz de mudar o percurso do problema, da permanência para extinção, a sociedade e o êxodo rural contribuem com a situação.                  Deve-se pontuar, de início, que a falta de uma consciência ambiental configura-se como um grave empecilho no que diz respeito à questão da falta de água. Isso porque, a escassez desse líquido pode ser causada como consequência de ações antrópicas, tais como, a poluição e o lixo. Em decorrência disso, quanto maior a quantidade de detritos, maior o consumo de água. Assim, o filósofo Aristóteles definiu ética como sendo a prática de virtudes, logo, para mudar o percurso da crise hídrica, da permanência para extinção, é necessário que a sociedade pratique atos em prol de um consumo consciente.                  Em consequência disso, surge a questão da migração de pessoas do interior para grandes cidades, que intensifica a gravidade do problema. Na obra “Morte e Vida Severina”, do poeta João Cabral de Melo, o retirante Severino foge da seca do sertão nordestino em direção ao litoral em busca de melhores condições de vida. Diante dessa perspectiva, é importante ressaltar que a falta de água está diretamente relacionada à desigualdade social. Prova disso, é a região Nordeste que, de acordo com dados do G1, nos últimos 5 anos, teve aproximadamente 80% dos seus municípios em estado de emergência por seca. Logo, ocorre, consequentemente, o êxodo rural, o que ocasiona o aumento do consumo de água nas grandes cidades.             Torna-se evidente, portanto, a necessidade de uma tomada de medidas que realizem a mudança do percurso do problema. Em razão disso, o Governo, por meio de campanhas, em parceria com a mídia televisiva, deve promover a mobilização da população brasileira, com intuito de estimular a consciência ambiental em tal grupo. Outrossim, o Estado, por intermédio de políticas públicas, deve não só garantir o abastecimento de todas regiões do país, mas também implementar uma multa na conta de água, caso for extrapolado um certo limite. Dessa forma, será mudado o percurso da crise hídrica brasileira, da permanência para extinção.