“O importante não é só viver, mas viver bem”. No mundo contemporâneo, as palavras de Platão, importante filósofo grego, indica que o homem, além de buscar qualidade para si, deve alinhar suas ações em prol de toda a coletividade. Nesse sentido, a preservação do meio ambiente deve estar incluído nesse viver bem e, quando o assunto é recurso hídrico, percebe-se que mudanças de hábitos já vem ocorrendo. Inicialmente, cabe lembrar que águas das chuvas, captadas e direcionadas para reservatórios, representam uma das principais fontes de abastecimento de água potável nos centros urbanos. Em virtude de sucessivos e recentes períodos de estiagem, tal estoque de água vem diminuindo com o tempo e faz com que a administração de diversas cidades brasileiras venham implementando medidas de racionamento de água, não tão abrupto como o ocorrido na cidade de São Paulo, em 2014, amplamente noticiado pela mídia nacional, e que representou real crise de abastecimento, afetando hospitais e tantos outros setores da sociedade, e que poderia e deveria ter sido evitada. Fato que representou um verdadeiro absurdo, pois ocorreu na maior e mais rica cidade brasileira. Outra medida comumente adotada por gestores de municípios diversos municípios é a utilização de “bandeiras” de consumo. Quanto maior o consumo, maior a alíquota aplicada. Objetiva-se menor demanda de água e redução do desperdício. Entretanto, famílias com menor poder aquisitivo, notoriamente são mais susceptíveis a tais medidas, ao passo que residências mais abastadas, pouco sentem tais impactos e não alteram seus hábitos de consumo. Novamente, tem-se no país, solução que representa maior impacto sobre os mais pobres. Portanto, urge que todos reflitam sobre o pensamento de Platão e concentre suas ações em prol comum. Para tanto, governantes devem analisar suas informações técnicas e construir competentes políticas de planejamento preventivo, visando a alcançar eficientes modos de consumo de água, baixo desperdício e esforço de todos.