Enviada em: 02/10/2018

Na obra literária "Vidas Secas", de Graciliano Ramos, é retratada a luta cotidiana de Fabiano pela sobrevivência e a constante fuga da seca, com o objetivo de encontrar água e se manterem vivos. A escassez desse recurso hídrico tonou-se um obstáculo real e atemporal que assola a sociedade contemporânea, causando desigualdade social e inúmeras disputas a fim de obter tal recurso. Ir a origem desse problema é fundamental para entender a verdadeira forma de combate a esse sério mal social.       Em uma primeira análise, é importante ressaltar que a escassez de água está diretamente ligada à desigualdade social. Tal fato pode ser observado nas diferenças de consumo entre países em desenvolvimento, como alguns do continente africano, por exemplo, onde a população vive de forma precária, sem água para beber ou para realizar suas necessidades básicas. Em contrapartida, os países desenvolvidos têm uma maior dominação desse recurso, o que deixa claro que o controle da água significa deter poder. Dessa forma, o bem comum é esquecido, quando na verdade o altruísmo deveria estar acima do egoísmo para o bem da sociedade, ideia defendida desde o século XIX, por Auguste Comte.       É válido entender, ainda, que a falta de manejo e uso sustentável pode agravar consideravelmente a disponibilidade do recurso hídrico no mundo. Segundo a Organização das Nações Unidas 80% da água utilizada é devolvida ao ambiente sem nenhum tipo de tratamento, o que pode causar uma contaminação nos lençóis freáticos, inviabilizando outras atividades, como a irrigação, por exemplo,  e também contaminando os rios, visto que, os aquíferos abastecem suas nascentes.       Considerando os aspectos mencionados, fica evidente a necessidade de medidas para reverter a situação. Assim, o Poder Legislativo deve aumentar o preço da água, para refletir seu custo, por meio de uma revisão nas leis existentes, aumentando a fiscalização e aplicando multas para os usuários que exagerarem no consumo, dessa forma, as mudanças serão mais rápidas, já que o preço da água será mais representativo que seu valor. É preciso ainda que, a imprensa socialmente engajada, pela capacidade de amplo alcance populacional, pode, por intermédio das propagandas em veículos midiáticos , como a televisão, instigar a prática do uso sustentável do recurso natural, a fim de promover uma maior valorização da água e seu uso consciente.