Enviada em: 13/10/2018

Kant, filósofo alemão, uma vez declarou que se pode julgar o coração do homem pela forma como ele trata os animais. Muito embora essa seja uma preocupação direcionada ao tratamento da fauna, pode-se, por associação, supor que Kant também fosse um homem preocupado com a natureza de um modo geral; e que seria desaprovador do trato dado, neste século, aos recursos hídricos, que vêm se tornando escassos e são indispensáveis a todas as formas de vida.       Nesse contexto, deve-se atentar ao fato de que o ser humano vem, paulatinamente, destruindo a cobertura vegetal do planeta, responsável por dar abrigo subterrâneo a lençóis freáticos que minam em rios e bacias. Adicionalmente, a poluição e o desperdício de água agravam esse quadro, que culmina com crises de desabastecimento. Dessa forma, pode-se concluir que o fator antropológico é, de fato, o pivô da escassez de água no mundo.       Ademais, o sobreuso também é responsável pelo desabastecimento. Esse fenômeno pode ser quantificado especialmente pela pegada hídrica de um produto, que é a quantidade de água gasta na cadeia produtiva até a obtenção do produto final. Esse dado permite constatar, por exemplo, que para produzir um quilo de carne são utilizados impressionantes 15000 litros de água, segundo a Embrapa. Assim, é possível supor que a simples diminuição do consumo de bens manufaturados ou uma reeducação alimentar são poderosos instrumentos para a preservação da água.       Portanto, como soluções, o Ministério do Meio Ambiente deve exigir o aumento de áreas de preservação ao legislativo federal, por meio do sancionamento de leis, bem como o IBAMA promover concursos para aumentar pessoal responsável pela fiscalização dessas áreas. Em segunda frente, o INMETRO deve requerer a emissão de um selo de pegada hídrica na embalagem de produtos industrializados, a fim de criar uma consciência ecológica no consumidor e, dessa forma, paralisar o avanço da escassez de água ainda neste século.