Enviada em: 19/08/2019

No século XVII, imperou-se a estética literária árcade, que tinha como principal vertente a valorização do zelo e da vida em contato direto com a natureza e seus elementos. Todavia, na contemporaneidade, observa-se a aplicação de uma ideologia oposta, o que se comprova por meio da flexibilização das leis ambientais brasileiras. Cabe analisar a negligência escolar em debater essa questão e a tentativa de atrair novas indústrias como agentes motivadores. A priori, ao afirmar que as instituições de ensino não devem afastar-se dos aspectos sociais dos alunos, Lev Vygotsky evidencia as escolas como ferramentas modeladoras do senso crítico do indivíduo. Contudo, nota-se que grande parte dos colégios segue um caminho contrário ao proposto pelo psicólogo, tendo em vista que, por terem seu foco voltado para conteúdos cobrados em vestibulares, ignoram a abordagem de eixos temáticos importantes, como os impactos causados pelas mudanças na legislação ambiental do Brasil. Dessa forma, criam-se cidadãos incapazes de julgar as consequências de ações acerca dessa questão. Outrossim, de acordo com a Constituição Federal, é dever do Estado e da população preservar e restaurar os fatores ecológicos do território nacional. No entanto, as autoridades falham em respeitar esse preceito, uma vez que, ao priorizar os interesses capitalistas e buscar atrair novas indústrias para produzir e investir no país, alteram as diretrizes ambientais protecionistas, o que acarreta graves prejuízos. Com isso, o risco de catástrofes naturais cresce de maneira expressiva. Torna-se evidente, portanto, que medidas que objetivem contornar essa problemática são necessárias. É primordial a inserção de uma matéria obrigatória, nas escolas públicas e privadas, pelo Ministério da Educação, que vise à elucidação dos alunos sobre temas ambientais, por meio de aulas redigidas por biólogos que abordarão situações atuais e a forma correta de lidar com elas. Assim, aguarda-se uma sociedade futura apta a julgar conscientemente tudo o que tange à questões ecossistêmicas.