Enviada em: 06/09/2018

Desde os primórdios das revoluções tecnológicas no início do século XVI na Inglaterra até os dias atuas, há um temor generalizado da substituição do homem pela máquina. De fato, há o desemprego estrutural  ocasionado pela falta de especialização da mão de obra frente as mudanças e  flexibilidade para se adaptar a nova dinâmica, como já constatou o geógrafo Milton Santos, porém é irreversível tal processo, visto que as facilidades e confortos do cotidiano são frutos de tecnologias que certamente provocaram desemprego em algum momento.       Primeiramente, a rapidez do progresso exige uma preparação do trabalhador em adaptar-se, mas os moradores de países emergentes como o Brasil vítimas deste processo, ao passo que países desenvolvidos têm trabalhadores mais especializados e com maior escolaridade. O mundo globalizado exige custo máximo e tempo mínimo, com a cadeia produtora formada da inteligência das empresas em nações ricas, detentoras de lucros, patentes e "know how", enquanto o que resta de esforço mecânico destas é obtido com a instalação de fábricas em locais onde se aceitam salários em geral muito baixos, como a Indonésia e Vietnã atualmente.       É necessário também a flexibilização. A empresa Kodak, um dia líder em filmes fotográficos para câmeras analógicas, por exemplo, não conseguiu acompanhar o século XXI e foi a falência com o advento das câmeras digitais. A empresa Uber também mostrou um sistema mais barato e eficiente de mobilidade urbano, levando crise aos taxistas do mundo inteiro. Não há sobrevivência sem adaptação, tal como na biologia.       Para evitar que a tecnologia traga desemprego e, ao mesmo tempo, aproveitar seus inúmeros benefícios, é necessário um investimento em educação, como técnicos, altamente especializados em uma função, com investimento direto do governo para ampliar programas como o Pronatec. Além disso, reformas trabalhistas que possibilitem a flexibilização dos trabalhadores, mas que garantam mantenham seus direitos. Somente assim, máquina e homem poderão se complementar, ao invés de substituir.