Enviada em: 14/05/2019

Mais do que linguagem de programação e algoritmos, a inteligência artificial (IA) insere-se em um contexto revolucionário de profunda remodelação do cotidiano humano, fomentando transmutações nas estruturas sociais e, inclusive, no mercado de trabalho. Sob esse viés, questiona-se acerca do preocupante condicionamento atual e futuro do meio trabalhista, tendo em foco os impactos da automação dos processos e atividades. Tais efeitos caem sobre um conglomerado humano ainda despreparado para encarar o avanço da tecnologia e um ínfimo volume empresarial disposto a investir em capacitação de atributos dos trabalhadores, conjuntura danosa que compromete o bem-estar geral e carece de rearranjos educacionais e empenho empresarial para moldar uma perspectiva salubre.       Nesse contexto, a expansão da tecnologia e a sua imersão no mundo corporativo deve vir a substituir cerca de 47% dos empregos disponíveis nos Estados Unidos nos próximos anos, segundo um estudo realizado em 2013. No entanto, apesar da previsão intimidante, a falta de refino educacional de boa parte dos trabalhadores atuais, com pouco domínio de habilidades informáticas, é um obstáculo ainda maior do que a extinção de cargos por conta da difusão da IA. Desse modo, é notável que a introdução do manuseio tecnológico na formação dos indivíduos é uma ação inegável para que estes não tenham seus perfis e oportunidades descredibilizados em meio ao acirrado e tecnológico mercado.       Ademais, na Grécia antiga, os cidadãos das pólis tinham autonomia para aproveitar seu ócio com desenvolvimento educacional enquanto os excedentes sociais, os escravos, faziam os trabalhos manuais e prolongados. Hodiernamente, é a inteligência artificial que confere maior liberdade para que o homem atue em zonas específicas e mais humanas, não realizáveis pelas máquinas, em detrimento de ações de alta precisão e burocráticas. Assim, à medida que a IA começa a suprir algumas funções já existentes, a inteligência emocional enquadra-se como um agente formidável para o profissional do futuro. No entanto, ainda não é unânime o enfoque das empresas em capacitação dos seus funcionários nesse quesito, o que coloca em risco uma coexistência sadia entre o homem e a máquina.    Portanto, visto que a nova era põe o mercado de trabalho em comunhão com sistemas informatizados, é crucial que as instituições de ensino compactuem com a realidade atual, a fim de contribuir para a inserção dos discentes no mercado futuro, incluindo aulas de integração a assimilação de técnicas de IA, por meio de projetos de informática e robótica nas escolas para todas as faixas etárias. Além disso, é fulcral que as empresas invistam em sistemas online de gestão de aprendizagem, os LMS, e em palestras que desenvolvam o teor emocional e criativo dos contratados, a fim de evoluir as únicas funcionalidades humanas que não podem ser automatizadas: a racionalidade e a empatia.