Enviada em: 25/10/2017

Desde o limiar do século XVIII, com o desenvolvimento da primeira Revolução Industrial e a transição do Meio Natural para o meio técnico, a sociedade e as relações de trabalho mudaram demasiadamente. Todavia, conforme o geógrafo Milton Santos, o mundo nunca antes havia vivenciado uma revolução como a vigente na sociedade hodierna, marcada pelo Meio Técnico-Científico-Informacional e por relações mercadológicas líquidas; tornando indispensável uma análise sobre os impactos dessas transformações na sociedade.        Primordialmente, é indubitável que o desenvolvimento dos meios de produção está entre as causas do impasse. Se na época de Henry Ford, a campanha “você pode ter qualquer carro, desde que seja um modelo Ford-T preto” era condizente com a realidade da época, hoje o caráter mostra-se refratário. A flexibilização é uma das bases da sociedade e da economia pós-moderna, que conforme o filósofo Stuart Hall, é caracterizada, sobejamente, por relações mercadológicas líquidas, nas quais se exigem alto grau técnico e informacional. Isso ocorre devido ao modo de produção contemporâneo, o Volvismo, um modelo segundo o qual algumas profissões tornaram-se mister para o desenvolvimento da economia.        Outrossim, é incontrovertível que a questão está longe de ser resolvida. Segundo Emille Durkheim, para um concreto estudo da sociedade deve-se analisá-la de maneira análoga a um organismo. Sob essa óptica, é possível denotar um impacto significativo nas “pernas da sociedade”, haja vista que os jovens optam preferencialmente pela atividade “freelancer’’, ou seja, o trabalho por conta própria. Isso se deve, mormente, devido ao advento da World Wide Web e da internet que tornaram o mundo digital uma realidade, criando profissões como youtubers, bloggers dentre outros. Assim, justifica-se o fato de mais de 60 % dos indivíduos da Geração Z não quererem ficar em um emprego fixo por mais de 5 anos, segundo dados divulgados pela Harnessing Revolutions.       Destarte, é evidente que medidas são necessárias para mitigar o impasse. Num primeiro momento, é indispensável que as nações criem maneiras de se adaptar as novas exigências das relações de mercado, construindo escolas e universidades que propiciem a formação de profissionais técnicos especializados. Ademais, seria pertinente que os órgãos legais, como o Legislativo, criassem leis que assegurem o trabalho digital incentivando, por conseguinte, a criação de startups e de empresas que atendam a demanda de mercado de trabalho cujos símbolos são, notoriamente, a velocidade e a eficiência.